Máfia Azul e Pavilhão Independente na marca do pênalti

Alberto Ribeiro e Alexandre Simões - Hoje em Dia
03/12/2013 às 09:39.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:32
 (André Brant)

(André Brant)

Uma reunião entre representantes do Ministério Público (MP), Polícia Militar (PM), Polícia Civil e Cruzeiro, provavelmente na próxima semana, discutirá a extinção das torcidas organizadas Pavilhão Independente e Máfia Azul.

Na segunda-feira (2), a PM protocolou, no MP, documento detalhado com relatos do confronto entre as duas facções no último domingo, no entorno do Mineirão, o que causou o cancelamento da festa do título de tricampeão brasileiro do Cruzeiro. O caso será analisado pelo promotor Edson Antenor.

Integrantes da diretoria cruzeirense sugeriram ao presidente Gilvan de Pinho Tavares que o clube faça valer seu estatuto, que proíbe a utilização dos seus pavilhões sem autorização.

Essa medida, que atingiria todas as organizadas, não apenas as duas que brigaram no último domingo, impediria a utilização do escudo, do nome do clube e da Raposa, pois são todos de propriedade do Cruzeiro.

Balanço

No total, 22 pessoas foram presas na batalha de domingo. Dois, que foram autuados em flagrante, estão presos no Centro de Remanejamento de presos (Ceresp), na Gameleira. Além deles, outros 28 torcedores foram detidos por crimes considerados como de menor potencial ofensivo. Segundo a Polícia Civil, foram registrados 18 boletins de ocorrência. Neles, 33 pessoas foram presas, sendo 31 liberadas posteriormente.

Durante evento do PSDB, ontem, em Montes Claros, no Norte de Minas, o governador Antônio Anastasia classificou o episódio como lamentável. E cobrou uma resposta. “Para mim, não são torcedores. São pessoas que estão lá para causar baderna. A polícia tem que coibir, proteger o patrimônio público, privado e, principalmente, as pessoas. Um momento de festa da torcida, infiltrada por maus elementos, que devem responder na Justiça”, disse.

Jogo de empurra

Enquanto os envolvidos pela confusão contabilizam os prejuízos, PM e Cruzeiro entram em desacordo no que se refere à segurança do evento. A corporação alega que não foi procurada pela diretoria estrelada em nenhum momento para ajudar na organização. “O planejamento é em conjunto, e a PM não recebeu nada de ninguém”, revela o coronel Alberto Luiz, chefe da comunicação da Polícia Militar.

Já o Cruzeiro alega que conversa com a PM frequentemente nos dias que antecedem as partidas em que é mandante.

Jogo das faixas é mais um confronto de risco

Flamengo e Cruzeiro abrem a última rodada do Brasileirão no próximo sábado, ás 17h, no Maracanã, no jogo das faixas, pois a partida será entre o campeão da Copa do Brasil e o da Série A, respectivamente. É mais uma festa que corre o risco de se transformar em vandalismo e baderna.

O estádio vai abrigar várias facções rivais, pois o Flamengo enfrenta o mesmo problema do Cruzeiro, pois Raça Rubro-Negra e Jovem Fla são inimigas. A Máfia Azul não se dá com nenhuma das duas, embora já tenha sido aliada de ambas. Pavilhão Independente, também do Cruzeiro, e Jovem Fla, por sua vez, têm boa convivência.

A união de torcidas de vários estados e clubes faz parte do universo das organizadas do futebol brasileiro. Um processo que começou nos anos 90, hoje provoca um grande intercâmbio. E algumas situações que o torcedor comum não entende, como bandeiras e faixas de um adversário na maior organizada do seu clube, enquanto os dois se enfrentam em campo.

O maior grupo não terá representante no Maracanã, no sábado. O “Dedo pro alto” tem como principais membros a Galoucura, Força Jovem (Vasco), Mancha Verde (Palmeiras), Inferno Coral (Santa Cruz), Torcida Jovem (Grêmio) e Bamor (Bahia), entre outras.

O lado rival, chamado “Punho Cruzado”, conta com uma aliada da Máfia Azul, a Independente, do São Paulo, mas tem também a Torcida Jovem do Flamengo, “parceira” da Pavilhão.

Diante desse cenário, não será surpresa se as diferenças entre os três bandos forem resolvidas no Maracanã ou no seu entorno, manchando mais uma festa do futebol.
 

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