(Luiz Costa)
Foi sob os gritos de "guerreiro" que o volante Tinga desembarcou no Aeroporto de Confins, na madrugada desta sexta-feira (14), ao lado de seus demais companheiros. Vítima de racismo em Huancayo, no Peru, durante o embate entre o Cruzeiro e o Real Garcilaso, o atleta recebeu o carinho da torcida, que fez questão de mostrar seu apoio neste momento complicado. “Eu esperava uma recepção boa por uma vitória e não nessa situação. Infelizmente, aconteceu comigo (o ato racista). E que não aconteça com outros. É uma luta contra o preconceito e isso é muito importante. Não gostaria de vir aqui para falar sobre essa situação. Gostaria de falar sobre o nosso time", disse o camisa 7 da Raposa. Apesar de se mostrar revoltado com o ocorrido no embate contra o time peruano, Tinga, fez questão de agradecer o apoio recebido. "Ninguém gostaria de passar por isso, nunca me imaginei nessa situação. Mas fiquei feliz com o apoio de todos, jogadores e autoridades", declarou o volante. Tinga foi o primeiro a sair do terminal de desembarque do aeroporto. Tão logo apareceu na saguão, formou-se uma grande confusão. Torcedores querendo abraçar o jogador, imprensa tentando ouvi-lo. Após cerca de dez minutos, o jogador conseguiu chegar no carro que o esperava, escoltado pelos seguranças do Cruzeiro. O volante celeste entrou em campo no segundo tempo da partida contra o Real Garcilaso, disputada no estádio Huancayo, na cidade homônima, no Peru. Quando o brasileiro, de 36 anos, tocava na bola, parte dos torcedores presentes no local imitavam e faziam sons e gestos de macacos. Após a partida, a delegação do Cruzeiro mostrou repúdio ao claro ato racista e recebeu apoio de várias autoridades e entidades do mundo inteiro, inclusive do presidente do Peru. Ollanta Humala.