As lágrimas derramadas por Marcelo Oliveira após a confirmação matemática do primeiro título brasileiro de sua carreira iam além da alegria típica de um treinador vencedor. Era um desabafo, um sentimento de dever cumprido, de ter tirado das costas um peso enorme quase um ano após assumir o maior desafio da carreira.
Quis o destino que o título mais expressivo de sua trajetória no mundo da bola fosse comemorado diante do padrinho Ney Franco, que o indicou ao Coritiba, onde Marcelo foi em duas temporadas consecutivas vice-campeão da Copa do Brasil.
Faltando poucos minutos para o encerramento da partida de ontem contra o vitória, o treinador, que chegou contestado por boa parte da torcida, pôde, enfim, se dar ao luxo de comemorar o ápice de sua carreira até agora.
O primeiro gesto foi jogar para o lado a camisa da comissão técnica e exibir uma personalizada que trazia a frase: “A glória é de Deus”. Assim que o árbitro apontou o centro do gramado, o contido Marcelo Oliveira extravasou.
Saiu correndo em direção ao gramado, e foi abraçado um a um por todos jogadores e integrantes da sua comissão técnica. Em reconhecimento, os atletas jogaram o técnico para cima em clima de total euforia.
Em sua primeira entrevista como campeão brasileiro, Marcelo fez questão de dividir os méritos com todos da Toca e se emocionou ao falar da mãe, Luíza Oliveira. “A família está em primeiro lugar. Sempre que entro para comandar penso em Deus e penso na minha mãe, que me fez uma pessoa íntegra e me deu valores importantes que eu utilizo todos os dias”, contou. Com contrato vencendo no fim do ano, Marcelo já sinalizou que gostaria de ficar, mas depende de um entendimento com a diretoria.