(Luiz Costa)
Mano Menezes ainda não confirmou de forma oficial. O único impasse do anúncio de sua ida para o Shandong Luneng para substituir Cuca é a forma de pagamento da multa rescisória avaliada em R$ 7 milhões. A ideia do comandante e da diretoria asiática é parcelar o montante referente à quebra do compromisso.
A diretoria celeste, no entanto, exige que o pagamento seja feita à vista. Nesta quarta-feira (2), em entrevista coletiva na Toca da Raposa, Mano adiantou que o negócio está praticamente sacramentado e o que pesa é "alguns detalhes".
"Fui bastante questionado por vocês na semana passada, na última entrevista antes do jogo contra o Joinville, sobre as especulações que começaram a aparecer sobre uma provável proposta do futebol chinês. Disse que não tinha nada objetivo para falar naquele dia e disse que, tão logo aparecesse, viria aqui falar com vocês. Recebi uma proposta oficial e, ontem, procurei a diretoria do Cruzeiro para oficializar. É uma proposta de um projeto grande, que num primeiro momento me inclinou em aceitar, mas que envolve muita coisa e como envolve muita coisa, precisamos avançar em algumas tratativas minhas com o clube que me efetuou a proposta e outras que envolvem o Cruzeiro", disse Mano.
"As tratativas estão em andamento. Existe uma possibilidade maior que as coisas evoluam para “sim”, mas eu não tenho uma posição final", emendou.
Ao aceitar a ofertar tentadora de R$ 50 milhões por dois anos de contrato, Mano Menezes entrou em contradição com seus próprios conceitos. Desde a sua chegada à Toca da Raposa, o treinador, em suas entrevistas, era enfático quando se pronunciava sobre o trabalho a longo prazo.
Quando assinou com o Cruzeiro, ele pediu um contrato longo, com multa rescisória de R$ 7 milhões, e foi atendido. Além disso, a pedido do técnico, o clube celeste organizou um evento com jornalistas, na semana passada. Na ocasião, Mano falou sobre esquemas táticos e organização no futebol e sua ideia a longo prazo na equipe celeste
Agora, na China Mano também praticamente sepultou seu sonho de trabalho em grandes mercados, especificamente o europeu.
"Costumo enxergar isso como uma oportunidade impar, você tem que saber se quer ou se não quer. Não existem apenas coisas boas, exige certo sacrifício também. Os profissionais têm suas famílias, que envolvem filhos às vezes. Tudo isso está dentro de um pacote grande que precisa ser resolvido. A gente tem que analisar tudo e levar funcionários com capacidade e competência para levar o nome do Brasil", finalizou Mano.