Rápido e rasteiro, Cruzeiro goleia a Lusa e mantém liderança folgada

Wallace Graciano - Hoje em Dia
02/10/2013 às 21:27.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:00

Impiedoso, o Cruzeiro voltou a mostrar um futebol empolgante na noite desta quarta-feira (2), no Mineirão, e goleou a Portuguesa por 4 a 0, com todos os gols assinalados ainda no primeiro tempo. O placar até que poderia ter sido mais dilatado, mas os comandados de Marcelo Oliveira visivelmente “tiraram o pé” e apenas administraram o marcador na etapa complementar. Nada que diminuísse a festa.    Com a goleada, a Raposa chegou aos 56 pontos em 25 jogos, chegando aos quase 75% de aproveitamento. Restam apenas 39 pontos em disputa e a diferença para o segundo colocado, Grêmio, é de 11.  A Lusa, por sua vez, segue na sua luta contra o rebaixamento, com 31 pontos obtidos, seis a mais que o Criciúma, primeiro ocupante da zona da degola.   O Cruzeiro agora viaja até Recife para fazer o “duelo de opostos”. No domingo (6), a equipe encara o lanterna do Brasileirão, Náutico, na Arena Pernambuco, a partir das 16 horas.    Disparidade   Credenciada pela goleada de 4 a 0 aplicada em cima do Corinthians, a Portuguesa chegou ao Mineirão com a promessa de que seria uma pedra no sapato do Cruzeiro e que tentaria dificultar suas pretensões. Foi valente, tentou marcar em cima e neutralizar o poder de fogo celeste. Mas de nada adiantou diante da força do time montado por Marcelo Oliveira.   Como a Lusa tentava reduzir suas ações ao diminuir as linhas no meio-campo, o Cruzeiro passou a apostar nas viradas de jogo quando atacava e na marcação sob pressão para se defender, o que lhe permitia achar espaços com rápidos contra-golpes. Assim, chegou ao primeiro gol logo cedo, aos cinco minutos, quando Corrêa tentou afastar uma bola, mas, na verdade, deu um “passe” para Borges. Livre, o centroavante desceu em velocidade e chutou cruzado na saída de Lauro. A bola foi parar na trave, porém o rebote caiu nos pés de Everton Ribeiro, que não perdoou. 1 a 0.  

Everton Ribeiro deu números iniciais para a partida O time paulista até que não acusou o golpe. Tentou impor seu ritmo, chegou a assustar Fábio, mas era pouco. Sem dó do adversário, o Cruzeiro avançava a cada brecha que lhe era dada. Em uma delas, aos 15 minutos, ampliou o marcador. Ricardo Goulart recebeu bola no meio e viu Lauro um pouco adiantado. “Do meio da rua”, acertou um petardo, que novamente foi parar no poste. Assim como no primeiro gol, a trave “serviu de passe”, desta vez para Borges, que estava atento e aproveitou o rebote. 2 a 0.   Com dois de diferença, o time rubro-verde passou a tentar uma reação, mas deixou mais espaços, o que é fatal contra a rápida equipe montada por Marcelo Oliveira. Em uma dessas jogadas, aos 27 minutos, a bola foi tocada em velocidade para Borges. De primeira, o centroavante cruzou para a área. A zaga tentou cortar, mas a pelota sobrou nos pés de Willian, que fez a jogada morrer nas redes. 3 a 0.   O Cruzeiro continuou imprimindo seu ritmo e chegou ao quarto gol dois minutos depois, quando recuperou uma bola na intermediária e disparou rumo ao gol de Lauro. A zaga paulista tentou afastar de toda forma. Conseguiu, parcialmente, mas o bate-rebate sobrou para Borges, que, como pede o ofício, estava bem posicionado para receber a gorduchinha e mandar para o barbante. Que goleada! 4 a 0.   A grande diferença no placar poderia apontar uma Portuguesa fraca diante de um Cruzeiro organizado, mas não seria justo pensar assim. O time paulista até que tentou fazer frente. O “problema” é que a disparidade entre as equipes era grande e o Cruzeiro fez questão de mostrar isso. 

Tirando o pé do acelerador Como já era esperado, a tônica da etapa inicial não se repetiu na complementar. Se preocupando visivelmente com o esforço físico, o time do Cruzeiro diminuiu o ímpeto e deixou a partida mais equilibrada.   A Portuguesa aproveitou e chegou com perigo em algumas oportunidades, como aos 21 minutos, quando Moisés recebeu na ponta da área, deixou Dedé na saudade e chutou rasteiro. Com o calcanhar, Fábio fez um pequeno desvio, que foi providencial e evitou o “gol de honra” da Lusa.

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Apesar de atacar com menos vontade em relação ao período anterior, o Cruzeiro teve suas chances e deixou a sensação de poderia ter ampliado o marcador caso “forçasse” um pouco mais. Na maioria das vezes, o gol não saiu apenas por um capricho a mais no passe final. O torcedor, mal acostumado, até que tentou incentivar a busca pelo quinto com os gritos de “mais um”, mas o desejo não foi atendido.

O “pé no freio” durante a segunda etapa foi só um detalhe. O importante não foi “a parte”, mas, sim, “o todo”. A Raposa vem mostrando um futebol encantador. Vem ultrapassando quem entra no seu caminho e tenta pará-la. Joga por música, como naquela marchinha que embalou a torcida na década de 60. “Vamos embora, vamos ligeiro, rápido e rasteiro como o ataque do Cruzeiro”.    FICHA TÉCNICA   CRUZEIRO 4 X 0 PORTUGUESA   CRUZEIRO: Fábio; Ceará, Dedé, Bruno Rodrigo, Egídio; Nilton, Lucas Silva, Everton Ribeiro, Ricardo Goulart; Willian (Vinícius Araújo) e Borges (Dagoberto). Técnico: Marcelo Oliveira   Portuguesa: Lauro; Correa, Moisés Moura, Valdomiro, Rogério; Ferdinando (Wanderson), Bruno Henrique, Moisés, Luís Ricardo e Souza (Cañete); Gilberto. Técnico: Alexandre Faganello*   Gols: Everton Ribeiro (aos 5'), Borges (aos 15' e 29'), Willian (aos 27') Motivo: Jogo válido pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro  Data: 2 de outubro de 2013 Estádio: Mineirão Cidade:  Belo Horizonte Árbitro: Jean Pierre Goncalves Lima Árbitros assistentes: Kleber Lucio Gil e Luís Carlos Camara Bezerra Árbitros assistentes adicionais: Diego Almeida Real e Bruno Rezende Silva Público: 32.016 pagantes (33.633 presentes) Renda: R$ 1.346.630 Cartões amarelos: Borges, Egídio e Dedé (Cruzeiro); Souza (Portuguesa)   (*) Guto Ferreira cumpriu suspensão imposta pelo STJD

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