Sob a batuta de Éverton Ribeiro, Cruzeiro vai para cima do Santos

Rodrigo Rodrigues - Hoje em Dia
02/11/2013 às 15:07.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:52

Um “baixinho” bom de bola, que adora brincar de carrinho. A citação não diz muita coisa, porque pode ser atribuída à maioria das crianças, no país do futebol. Contudo, quando as características vêm acompanhadas da camisa 17 do Cruzeiro, fica mais fácil matar a charada: Éverton Ribeiro.

Com 1,74m, o jogador pode não ser considerado tão pequeno assim. Porém, “Baixinho” é a forma carinhosa como alguns companheiros se referem a ele durante os treinamentos. Já nos raros momentos de lazer na Toca II, Éverton assume seu lado criança, ao conduzir, por meio de controle remoto, um protótipo movido a gasolina. “Eu gosto de brincar com esses carrinhos. Tem companheiro que prefere avião. O Rafael (goleiro) tem um, mas é mais difícil”, conta.

Contra o Santos, domingo, às 17h, a brincadeira ficará de lado, pois a Raposa conta mais uma vez com a visão de jogo e habilidade do meia para conquistar três pontos na Vila Belmiro e dar novo passo, talvez o penúltimo, rumo ao tricampeonato nacional.

“Estava um pouco cansado. No último jogo (contra o Criciúma) entrei mais tranquilo e fez toda a diferença. Esta semana também foi boa, dosando o que tinha que dosar e estamos 100%”, explica Éverton.

Aposta certa

O meia de 24 anos chegou ao clube estrelado no início deste ano, atingiu a melhor forma física e técnica da carreira e se tornou um dos principais nomes do Campeonato Brasileiro. Indiretamente, o desembarque na Toca II foi viabilizado pela transferência do então ídolo Montillo, justamente para o Santos.

Dos R$ 16 milhões arrecadados com a venda de 60% dos direitos do argentino, o presidente Gilvan de Pinho Tavares investiu R$ 4 milhões no mesmo percentual para tirar o meia do Coritiba.

Na época, a transação irritou a torcida cruzeirense. Onze meses depois, o lado azul de Minas Gerais não tem do que reclamar. Com atuações convincentes e seis gols, Éverton Ribeiro contribuiu diretamente para que o Cruzeiro se isolasse no topo do Brasileirão, com 65 pontos na tabela.

Individualmente, está na briga pela Bola de Ouro da revista “Placar”, prêmio dado ao craque do campeonato. Após liderar por algumas rodadas, caiu de rendimento, e para o terceiro lugar, na disputa da premiação. Mas, com nota 6,45, segue no rastro de Ronaldinho Gaúcho (6,46), que não jogará mais no Nacional, e Walter, do Goiás (6,46).

Moral com o ídolo

Se alcançar a façanha, será o segundo cruzeirense a consegui-la, depois de Alex, campeão de tudo em 2003 com a camisa 10 azul. Seria mais uma coincidência, agora que a Raposa segue firme em busca da taça, após uma década? “Não. O Éverton é um jogador excepcional e tem tudo para se tornar um ídolo do Cruzeiro”, aposta o ex-craque Dirceu Lopes, de 67 anos, que defendeu o clube de 1964 a 1977.

Considerado um dos principais nomes de toda a história do clube, o também baixinho, de 1,62m, acredita que o jogador tem tudo para crescer ainda mais.

“Ele tem evoluído muito. Percebi isso no jogo contra o Criciúma. Tem corrido menos e jogado mais. Isso é fundamental para um jogador com a técnica dele”, elogia.

Por outro lado, o eterno ídolo alerta para um obstáculo que o atual meia celeste também terá que superar. “Conheci o Éverton e a timidez dele é assustadora. Assim como eu era”, brinca. 

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