(Lucas Prates)
Eram quase 19h30 desta terça-feira (25) quando o árbitro argentino Saul Laverni apitou pela última vez e deu fim à goleada de 5 a 1 aplicada pelo Cruzeiro em cima da Universidad de Chile. Enquanto boa parte do Mineirão festejava a vitória espetacular, os dirigentes da Raposa se mostravam tensos. Não pela partida, é claro. O clima era de revolta porque o torcedor Carlos Roberto Mendes Junior, de 25 anos, residente em Matipó, município próximo a Manhuaçu, na Zona da Mata, resolveu invadir o gramado para celebrar a vitória do seu clube. A atitude poderá fazer com que o time estrelado seja punido e perca o direito de atuar no Gigante da Pampulha em alguns jogos da Libertadores. Logo após o ocorrido, o rapaz foi preso pela Polícia Militar ainda em campo e foi encaminhado ao Juizado Especial Criminal , localizado no estádio. Segundo o sargento Alvimar, ele teria ligado para a família durante o jogo avisando que entraria em campo para aparecer na TV. “Entrei pelo portão E e fiquei na cadeira 32. Pulei para o anel inferior e dali fui caminhando até a vidraça que divide a arquibancada do campo. Pulei a vidraça direto no gramado”, contou Carlos Roberto. Após os depoimentos, o cruzeirense foi julgado e proibido de frequentar jogos em que a Raposa for mandante por nove meses. No dia das partidas, terá que se apresentar ao 11º Batalhão de Manhuaçu uma hora antes e deixar o local 30 minutos depois. Se não cumprir a pena, será processado criminalmente. Antes de sair, levou uma bronca da juíza titular. “Você tem consciência do que fez? Atrapalhou uma torcida inteira, uma sociedade inteira que pode ser prejudicada pela sua atitude, caso o Cruzeiro perca mando de campo”. Quem também abriu a boca para reclamar do torcedor foi o diretor de futebol do clube, Alexandre Mattos, estendendo sua bronca aos demais torcedores que possam ir ao estádio com o intuito de causar confusão. “Quero mandar um recado para quem vem ao Mineirão para fazer baderna. Estamos muito atentos. O Cruzeiro esteve presente na delegacia agora, presidente e diretor, e imediatamente o cidadão (que invadiu o campo) foi preso, algemado, assinou uma punição de nove meses sem comparecer ao Mineirão. Isso é o que o Cruzeiro pode fazer. Queremos falar isso para as pessoas saberem que a diretoria age. Quem pensa em fazer baderna, isso é o mínimo que vamos fazer”, disparou em entrevista. Preocupado com possíveis punições, o presidente da Raposa, Gilvan de Pinho Tavares, afirmou que contatou o árbitro da partida para que ele receba o boletim de ocorrência em sua súmula. Revoltado, o mandatário afirmou que preferiu não ir ao juizado, pois poderia perder o controle. "Dá vontade de dar uns 'cascudos' num sujeito de 25 anos que quer aparecer e prejudicar o Cruzeiro. Preferi não chegar perto dele para não passar mais raiva”, concluiu.