Um torneio marcado pela legião de craques

Wallace Graciano e Henrique Ribeiro - Do Portal HD
25/11/2012 às 11:37.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:35
 (Arquivo/Hoje em Dia)

(Arquivo/Hoje em Dia)

A qualidade técnica ditou a tônica da Supercopa de 1992. Enquanto o Cruzeiro arrastava multidões ao Mineirão com seu “Dream Team”, verdadeiros esquadrões cruzavam o caminho da Raposa para tentar acabar com o sonho de seu bicampeonato. Foi assim desde as oitavas de finais, quando o time estrelado enfrentou o Atlético Nacional, da Colômbia, que vivia um período de “vacas gordas” e era a base da seleção daquele país. Nas fases seguintes, o Olímpia, do Paraguai, o River Plate e o Racing, esses últimos da Argentina, também reuniam vários “selecionáveis” em seus respectivos planteis, o que deu ainda mais brilho àquela campanha histórica. O primeiro desafio foi frente ao Atlético Nacional, que três anos antes levantara a Libertadores de forma incontestável. No primeiro jogo, um empate com o time que contava com Higuita, Herrera, Escobar, Gómez, Aristizábal (ele mesmo), que seriam convocados por Francisco Maturana para a Copa do Mundo de 1994. No segundo, uma sonora goleada de 8 a 0, uma vez que a  equipe colombiana concentrou suas forças no campeonato local e veio a Belo Horizonte com o time reserva.   Na fase seguinte, o tão temido River Plate queria a revanche da final da Supercopa de 1991 e para isso apostava em suas estrelas. Os “milionários” contavam com cinco jogadores que participaram da seleção argentina campeã da Copa América de 1991: Leonardo Astrada, Fabián Basualdo, Gustavo Zapata, Ricardo Altamirano e Ramón Medina Bello, além do atacante Da Silva, que era da equipe uruguaia. No plantel ainda figuravam Fernando Cáceres e Ricardo Altamirano, que seriam campeões da Copa América de 1993; Leonardo Astrada, que disputou a Copa de 1998; Comizzo, reserva no Mundial de 1990;  e o lateral direito Alfonso Domínguez, que foi Campeão da Copa América de 1987 pelo Uruguai. O experiente atacante Ramón Díaz, que disputou a Copa de 1982, ditava aquele esquadrão, que tinha no grupo um jovem garoto chamado Ariel Ortega, que viria a vestir a camisa albiceleste em três Mundiais.    Após passar pelo River, outra pedreira na semifinal. Desta vez o Olímpia, campeão da Libertadores e da Supercopa de 1990, seria o adversário. El Decano ainda tinha a força de anos anteriores, principalmente pela presença de Ramírez, titular da seleção uruguaia, e dos companheiros Ayala, Heyn, Sanabria e Gonzáles, que arquitetavam o forte Paraguai do início daquela década. Eles ainda tinham a companhia de Samariego, que viria a jogar na “Seleção Guarani”, anos seguintes e de Romerito, que era conhecido dos brasileiros por sua passagem marcante pelo Fluminense.   A final seria contra o Racing, da Argentina, que venceu o Cruzeiro na decisão da primeira Supercopa, em 1988. Em seu elenco, “La Academia” contava com o atacante Cláudio García (campeão da Copa América de 1991 e 1993) e Borelli (disputou a Copa do Mundo de 1994, como reserva de Ruggeri), ambos pela seleção argentina. O meia Gustavo Matosas era da Seleção Uruguaia e, no ano seguinte, se transferiu para o São Paulo, por onde ganhou a Libertadores e a Supercopa. Ele ainda jogaria no Goiás e no Atlético Paranaense. O time ainda tinha o experiente armador Ruben Paz, que disputou as Copas do Mundo de 1986 e 1990, pela seleção uruguaia. A eles soma-se a jovem promessa da equipe, o atacante Claudio López, que foi titular da albiceleste entre 1995 e 2003, assim como seu companheiro Roa, arqueiro de nossos “Hermanos” na Copa de 1998.    Felizmente, os torcedores do Cruzeiro contavam do outro lado com uma equipe tão forte como seus rivais. Douglas, ídolo da torcida na década de 1980, e que retornara justamente para aquele torneio, definiu que aquele foi o melhor time da Raposa que ele já havia participado. Um verdadeiro Dream Team, que ficou na memória de quem o acompanhou.

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