Volante do Cruzeiro Nilton abre a sua casa: "melhor temporada da minha carreira"

Alberto Ribeiro - Hoje em Dia
03/11/2013 às 08:47.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:52
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

Nilton não esconde. “Eu só não estou falando ‘uai’ ainda, mas o meu estilo está bem mineiro”, brinca o volante do Cruzeiro, natural de Barra do Garças, no Mato Grosso, prestes a conquistar seu segundo título brasileiro. “Posso falar que está sendo a melhor temporada da minha carreira, em todos os sentidos”, garante o jogador, campeão com o Corinthians, em 2005.

Para controlar a ansiedade nesta reta final da competição, o volante boa prosa, de 26 anos, divide os raros momentos de folga entre pedaladas na Lagoa da Pampulha e arrisca ainda umas “manobras” de skate. Fã de basquete e sinuca, Nilton deixou as estrelas do elenco da Raposa para trás e vem ganhando as manchetes a cada partida.

De volta ao time após cumprir suspensão, ele será uma das armas do time celeste na partida contra o Santos, hoje, às 17h, na Vila Belmiro.

O sucesso, segundo ele, vem sendo fruto de muito trabalho. Ao lado se sua inseparável esposa, Karin, ele recebeu a equipe do Hoje em Dia em sua casa, um condomínio tranquilo em Lagoa Santa.

São apenas dez meses na Toca da Raposa. Mas, é possível dizer que o Cruzeiro é o clube com o qual você mais se identificou na carreira?

Me identifiquei bastante com o Corinthians e com o Vasco, mas aqui eu tenho um lado muito bacana com os torcedores do Cruzeiro, porque eles acabaram depositando uma confiança em mim, da forma como eles queriam um jogador dentro de campo, e acabei agradando eles dessa forma. O Cruzeiro é um clube que me identifiquei muito, desde os torcedores, a estrutura do clube, as amizades que fiz, e isso acabou acarretando nessa bela campanha, que não vem sendo por acaso.

O Cruzeiro praticamente montou um novo time nesta temporada. Vocês esperavam um resultado tão rápido?

Me surpreendeu também. O planejamento do Alexandre (Mattos, diretor do clube) e do Gilvan (de Pinho Tavares, presidente), tudo que eles estavam querendo, até o próprio Marcelo (Oliveira, técnico), eles esperavam para o ano que vem, com o time entrosado, jogando direitinho. Mas, com a união e esse companheirismo dentro e fora de campo, isso acabou ajudando, mesmo com a falta de ritmo e entrosamento. Essa corrida contra o tempo acabou ultrapassando as etapas para o ano que vem. O Marcelo montou um time que encaixa com o perfil de cada jogador, desde a marcação até a criação, isso tudo fez uma tremenda diferença dentro de campo.

É o melhor grupo com o qual você já trabalhou?

Trabalhei no Vasco e lá tive um grupo muito bom também. Aqui no Cruzeiro posso falar que está sendo a melhor temporada da minha carreira, em todos os sentidos. Fora de campo não tem grupos separados, está todo mundo unido. Isso acabou mexendo com cada um e não tem vaidade, ego. Pode ver que tem o Julio Baptista, jogador de Seleção Brasileira, Real Madrid. Um grande amigo que conheci esse ano e parece que o conheço há muito tempo. Ele respeita a decisão de ficar no banco. Tem o Lucas Silva, que era praticamente o terceiro reserva e hoje é titular. Isso é muito bacana, reflete dentro de campo.

E sua fama de artilheiro?

Já falei para o pessoal não se acostumar. Isso não é meu forte, mas os gols estão vindo. É como eu falo, a bola está batendo e estou apenas seguindo o curso dela (risos). Fico muito feliz em estar fazendo tantos gols, fiz o mais bonito da minha carreira, contra o Botafogo. E até hoje, todo lugar que eu vou, sempre chega um para me perguntar como consegui fazer aquele movimento. Fazer sete gols não é fácil, é a minha melhor marca no Brasileiro. Está tudo dando certo para mim aqui.

Quando vocês, jogadores, viram que o Cruzeiro tinha reais condições de conquistar o título?

Perdemos o Mineiro, tivemos a infelicidade na Copa do Brasil, e nessa saída da competição nós fizemos uma reunião, ainda no Maracanã, no vestiário, e falamos que tínhamos condições de buscar esse Brasileiro, porque o Marcelo estava vendo em todos um espírito de luta. Ele (treinador) sentiu que poderíamos conquistar esse titulo. Ali que começamos nossa arrancada.

Faltam poucas rodadas para consolidar o título. Como você está controlando essa ansiedade?

O Marcelo, primeiramente, não deixa isso subir pela nossa cabeça, até porque temos de respeitar os adversários e faltam muitos pontos para serem disputados. É claro que nossas chances são altíssimas, mas temos dois jogos difíceis, contra o Santos e depois diante do Grêmio. Mas temos totais condições de vencer essas duas partidas e tentar colocar as mãos na taça. Mas, a princípio, temos essas duas barreiras, aliás, temos sete jogos muito complicados. Quando matematicamente os adversários não tiverem possibilidade de nos alcançar, aí não vejo a hora de comemorar, de soltar o grito de campeão. Mas temos que segurar essa ansiedade e fazer nosso feijão com arroz para concretizar essa temporada maravilhosa.

É verdade que você estava com um pé no Internacional antes de fechar com o Cruzeiro?

Sim, quase fechei com o Inter. Teve uma reunião, estava todo mundo lá, eu e minha esposa, meu empresário. Mas eles acabaram ficando receosos, porque eu não estava com a liminar ainda a meu favor, que dava condições de me desligar do Vasco, e o negócio acabou não concluindo. O Cruzeiro veio, depositou toda confiança, acreditaram, eu também quis vir para cá, e deu certo. Tive a oportunidade de jogar contra o Inter há pouco tempo, marquei um dos gols, e por coincidência acabei encontrando as pessoas que participaram dessa reunião. Um veio até mim e falou depois do jogo: “tá jogando bem e ainda marcou gol na gente”.

O que você acha dessa reação dos torcedores, que sempre te exaltam?

Eu fico muito contente com a reação dos torcedores. Eles têm me acolhido da melhor maneira, não só eu, como também meus familiares. O que posso garantir é que quando entro em campo, vou sempre me dedicar, sair exausto do gramado, porque para mim é sempre gratificante. Eu canto por eles e eles cantam por nós.

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