Da apreensão ao êxtase: Cruzeiro arranca empate no Mineirão e avança às semi da Copa do Brasil

Guilherme Guimarães
gguimaraes@hojeemdia.com.br
26/07/2017 às 23:53.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:46
 (Washington Alves/Lightpress)

(Washington Alves/Lightpress)

Um clima que o Mineirão ainda não havia vivido em jogos do Cruzeiro neste ano. Animação, festa, mescla de apreensão e felicidade no fim. O Cruzeiro eliminou o Palmeiras da Copa do Brasil, deixou um tradicional rival para trás e segue na luta pelo pentacampeonato do mata-mata. Após Keno encher os palmeirenses de esperança, Diogo Barbosa fez o Gigante da Pampulha explodir de alegria. 1 a 1 no jogo de volta das quartas de final e, como a Raposa empatou fora de casa em 3 a 3, passaporte carimbado à próxima fase em azul e branco.

Agora o time celeste aguarda entre Grêmio e Atlético-PR como adversário nas semifinais. O time gaúcho tem a vantagem por ter vencido o primeiro jogo por 4 a 0. 

O Jogo

Fogos de artifício e papel picado, além dos dois bandeirões para saudar a entrada do Cruzeiro em campo. Um belo espetáculo, que contou também com os cânticos da torcida, e bandeiras  tremulando no setor dos adeptos do Palmeiras. Com esse clima e o Mineirão pintado de azul e branco, os dois Palestras usavam, cada um à sua maneira, uma estratégia no confronto.  

O Cruzeiro tinha a vantagem do empate - até um 2 a 2 levaria o clube celeste à semifinal -, mas nem por isso foi um time defensivo. A equipe de Mano Menezes começou em um ritmo muito acelerado, embalado pelos gritos da torcida, que respondeu ao chamado e compareceu em ótimo número ao Mineirão. Fator esse positivo para a Raposa, que controlou bem o jogo mesmo tendo um adversário com maior posse de bola no primeiro tempo (55% a 45%).

Até mesmo nos momentos em que o Palmeiras “sufocou”, o Cruzeiro jogava com a bola nos pés, de toque em toque, com tranquilidade. E como o Cuca gosta que suas equipes pratiquem o “Cucabol” – bolas lançadas à área de longa distância -, o Palmeiras abusou de cruzamentos e enfiadas de bola da intermediária ao ataque.

Mesmo com a bola menos tempo no pé, o Cruzeiro teve as melhores chances, porém sem tanto perigo à meta de Jadilson. Como o relógio jogava contra o Palmeiras, a Raposa fazia uma partida de inteligência, sem correr riscos e bem postada na defesa. Retrato do primeiro tempo.

Segundo tempo

Na etapa complementar o torcedor cruzeirense até gritou gol logo no início, mas o lance foi invalidado pela arbitragem. Rafael Sóbis balançou as redes aos três minutos, mas o árbitro Wilton Pereira Sampaio, anteriormente, já havia apitado antes do arremate.

Tanto o Cruzeiro quanto o Palmeiras adotaram estratégias bem ofensivas, e as tentativas palmeirenses chegavam a assustar os torcedores do Cruzeiro. Sentindo o momento de tensão, os cruzeirenses pediram a entrada de Arrascaeta. Não foi de prontidão, mas Mano Menezes atendeu a vontade do “povo”.

Com a entrada do uruguaio, a intenção do treinador era dar um toque de qualidade ao meio-campo, para que o time estrelado tentasse aumentar sua posse de bola. E o camisa 10 “colocou fogo” no jogo, se envolvendo em lances ríspidos. Com isso ele foi amarelado por um entrevero com Egídio, o lateral ex-Cruzeiro, que ficou em campo apenas por vontade do árbitro, já que fez várias faltas e, mesmo amarelado, não foi advertido pelo juiz. 

Com esse cenário de tensão o Palmeiras acabou saindo na frente. Aos 29 minutos, Keno aproveitou o bate-rebate na área e chutou. A bola desviou no meio do caminho e enganou Fábio: 1 a 0.

O gol animou os palmeirenses, tanto dentro como fora de campo. Nas arquibancadas o torcedor encheu o peito e cantou o hino. No gramado os jogadores disputavam os lances com todo ímpeto. Enquanto isso os cruzeirenses tentavam avançar ao ataque e criar uma boa chance ofensiva, mas Cuca tirou um atacante e completou o meio-campo com mais um jogador: Tchê Tchê.

Mas a estratégia de Cuca se perdeu quando Diogo Barbosa fez o gol de empate aos 39 minutos. O Mineirão foi ao delírio, as arquibancadas balançaram e ao fim do jogo explosão azul estrelada. A torcida verde entrou em "mute", ficou calada, sem ação, atônita vendo o primeiro gol do lateral-esquerdo com a camisa do Cruzeiro, e a escrita de um enredo importante e que dá força para a sequência celeste na competição. 

FICHA TÉCNICA

CRUZEIRO 1 X 1 PALMEIRAS

Motivo: jogo de volta das quartas de final da Copa do Brasil
Local: Mineirão, em Belo Horizonte
Arbitragem: Wilton Pereira Sampaio (GO)
Auxiliares: Bruno Raphael Pires (GO) e Cristhian Passos Sorence (GO)
Gols: Keno, aos 25 minutos e Diogo Barbosa aos 39 minutos do segundo tempo
Cartão amarelo: Yerry Mina, Egídio (PAL); Alisson, Arrascaeta (CRU)
Cartão vermelho: Não houve
Público: 41.660 pagantes
Renda: R$ 1.277.729,00


CRUZEIRO – Fábio; Lucas Romero, Leo, Murilo e Diogo Barbosa; Henrique e Ariel Cabral; Elber (Arrascaeta), Thiago Neves e Alisson; Rafael Sóbis (Raniel). Técnico: Mano Menezes

PALMEIRAS - Jailson; Jean, Yerry Mina Edu Dracena e Egídio; Felipe Melo (Raphael Veiga), Thiago Santos e Alejandro Guerra (Keno); Róger Guedes, Dudu (Tchê Tchê) e Borja. Técnico: Cuca.

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