De forma inapelável, Atlético perde de 3x0 e é eliminado da Copa do Brasil pelo Botafogo

Frederico Ribeiro
fmachado@hojeemdia.com.br
26/07/2017 às 21:22.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:46
 (DANIEL CASTELO BRANCO/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO)

(DANIEL CASTELO BRANCO/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO)

A vantagem que o Atlético construiu no jogo de ida em Belo Horizonte foi pulverizada aos 5 minutos de bola rolando no Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro. Na noite desta quarta-feira (26), pela volta das quartas de final da Copa do Brasil, o Botafogo venceu o Galo por 3 a 0 e eliminou a equipe mineira da competição. Sem chance de contestação no resultado.

O Atlético entrou em campo precisando de um empate para seguir em frente no torneio. Fez 1 a 0 no primeiro duelo, no Independência. Mas com uma formação alternativa, sem centroavante fixo e com Rafael Carioca reserva, não soube administrar a partida no primeiro tempo, período no qual o Fogão, mais organizado, precisou para fazer dois gols.

ATAQUE ISOLADO, DEFESA PERDIDA
Com uma equipe de estatura baixa, o Galo sofreu com os cruzamentos sucessivos do Botafogo logo no começo de jogo. Na terceira vez que a bola foi alçada na área do goleiro Victor, a defesa mineira não soube afastar o perigo. A bola se manteve viva na zona de perigo e Joel Carli desviou um chute ruim de Bruno Silva e enganou Victor. O placar agregado indicava um empate de 1 a 1.

O Atlético passou a ter mais posse de bola quando levou o gol. Mas com um ataque sem referência (Fred suspenso e machucado, Rafael Moura no banco), pouco feriu o adversário. Dois lances apenas chamaram a atenção. Primeiro, Elias chutou forte um rebote de falta ofensiva, mas para fora. Depois, Marcos Rocha tabelou com Cazares e conseguiu obrigar Jefferson a fazer boa defesa.

Mas o mesmo Marcos Rocha seria figura impotente no sistema de marcação. Deixava as suas costas livres. Yago e Luan não conseguiam ocupar o espaço deixado pelo camisa 2. Quando veio a cobertura, Luan foi facilmente driblado pelo camisa 10 João Paulo. O armador cruzou na cabeça de Roger e o atacante, antecipando Gabriel, cabeceçou com perfeição para deixar o Galo a 45 minutos da eliminação. 

Ao fim do primeiro tempo, o técnico Rogério Micale já sinalizava mudanças, até porque cansou de ver Robinho cometer equívocos na partida. O camisa 7 está léguas distante de uma performance em alto nível. Ele foi sacado para a entrada de Rafael Moura. Mas não só Robinho deixou o jogo. Yago, com a bola queimando em seu pé, deu lugar para Rafael Carioca, envolvido em negociação com o Tigres. Não seria absurdo se Micale escolhesse Adilson (figura inexistente na proteção da zaga) para colocar Carioca.

Já o Botafogo era senhor de si. Coletivamente falando, um time superior ao Atlético, mesmo tendo limitados recursos para reforçar a equipe. Com 2 a 0 no placar, deixava o Galo ter a posse de bola e apertava nos contra-ataques.

GALO MELHORA, MAS NADA MUDA
No segundo tempo, o autor do segundo gol de um show particular. Em duas jogadas, dançou para cima da zaga atleticana. Primeiro, arrancou um contra-ataque, deixou Marcos Rocha e Adilson na saudade e serviu Pimpão. Mas Gabriel cortou a linha do chute e salvou o que seria o terceiro gol. Depois, Roger deu uma "caneta" em Bremer e levantou a torcida do Nilton Santos.

Com maior organização na saída de bola e até mesmo na construção de jogadas, o Galo chegava com perigo agora pelo lado esquerdo. Fábio Santos infiltrou bem e cruzou rasteiro. Mas Rafael Moura estava no lugar errado, algo que se repetiria num passe pelo alto do lateral, quando He-Man se esticou para cabecear e tirar a bola de Luan, que chegaria certeiro para fazer o gol.

Quem apareceu bem foi Cazares. O equatoriano foi lançado com perfeição por Marcos Rocha, nas costas do lateral Victor Luis. Viu Jefferson abandonar o gol para impedir a jogada. Esperto, Cazares tocou a bola por cima, mas a bola foi baixa e bateu na cabeça do goleiro botafoguense.

O Atlético melhorou consistentemente com as mudanças, e o Botafogo conseguia se defender. O Galo era mal formatado num trabalho que mal começou sob as mãos de Rogério Micale, que fazia a sua estreia. Um golzinho poderia salvar o jogo para o Atlético. Mas apenas Cazares conseguia furar a defesa carioca.

Em duas jogadas parecidas, ele arrancou para cima do zagueiro Carli. O argentino, vendo que não teria condições de disputar a corrida, puxou a camisa de Cazares nas duas vezes. Recebeu amarelo apenas na segunda. Uma outra arrancada do camisa 10 atleticano, desta vez para cima de João Paulo, quase resultou em gol. Mas Rafael Moura virou um poste no cruzamento de Cazares e a bola foi para fora.

O último suspiro do Galo foi numa cobrança de falta de Otero aos 45 minutos de jogo. A zaga tirou o perigo e no contra-ataque mortal, o lateral-esquerdo Gilson recebeu de Bruno Silva, que venceu Rafael Carioca na disputa e chutou com perfeição, deixando o goleiro Victor estático.


BOTAFOGO 3X0 ATLÉTICO

Botafogo: Jefferson; Emerson Santos, Joel Carli, Igor Rabello e Victor Luís; Rodrigo Lindoso e João Paulo (Leandrinho); Bruno Silva, Matheus Fernandes e Rodrigo Pimpão (Guilherme); Roger (Gilson). Técnico: Jair Ventura 

Atlético: Victor; Marcos Rocha, Gabriel, Bremer e Fábio Santos; Adilson, Yago (Rafael Carioca) e Elias; Cazares, Luan (Otero) e Robinho (Rafael Moura). Técnico: Rogério Micale

Gols: Joel Carli, aos 5'/1ºT; Roger, aos 41'/1ºT e Gilson, aos 45'/2ºT
Arbitragem: Sandro Meira Ricci (SC); auxiliado por Emerson Augusto de Carvalho (SP) e Marcelo Carvalho Van Gasse (SP)
Cartões amarelos: Adilson (CAM); Joel Carli (BOT)
Público: 24.266 pagantes
Renda: R$ 587.790,00

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