De vip a geral, setor inferior vermelho caiu de R$ 130 para R$ 10 em jogos do Cruzeiro

Alexandre Simões
asimoes@hojeemdia.com.br
01/03/2017 às 19:37.
Atualizado em 16/11/2021 às 00:46

Em 6 de fevereiro de 2013, o Cruzeiro enfrentou pela primeira vez uma equipe do interior no novo Mineirão, reinaugurado apenas três dias antes. Os ingressos vendidos pelo clube para o jogo contra o América-TO iam de R$ 60 a R$ 120, o que obrigava a Minas Arena, por contrato, a cobrar R$ 130 na cadeira vermelha inferior. Nesta quinta-feira (2), contra a Caldense, às 20h30, os sócios do futebol poderão ocupar o mesmo setor, um dos mais nobres do estádio, mas que no passado abrigava a geral, pagando 13 vezes menos, pois as entradas são vendidas a R$ 10.

O desconto faz parte de uma estratégia do Cruzeiro que tem o Mineirão como casa, mas que a cada jogo contra um adversário de menor expressão amarga números ruins.

O aviso deste ano foi preocupante. Nos 2 a 1 sobre o Tricordiano, em 5 de fevereiro, pela primeira vez nas últimas dez edições em que contou com o Mineirão, o Cruzeiro fez sua estreia como mandante, contra uma equipe do interior, com menos de 10 mil pagantes. Apenas 4.602 torcedores pagaram ingresso na Pampulha.

“São dois cenários opostos. A única coisa igual entre 2013 e 2017 é o momento do time, pois o torcedor tem confiança de que a equipe pode chegar a algum lugar. Até mais agora. Os fatores que trazem os números para baixo são o cenário econômico e o fator novidade do Mineirão. As pessoas tinham maior poder de compra e a taxa de desemprego era bem inferior. A qualidade do espetáculo é a mesma”, analisa Marcone Barbosa, diretor de marketing do Cruzeiro.

Comparação

A análise do dirigente é bancada pelos números. Comparando-se os últimos quatro Estaduais do Cruzeiro no velho Mineirão, e os quatro que já foram disputados no estádio após a reforma, fica evidente que 2013 foi um ponto fora da curva. Considerando-se apenas as partidas contra clubes do interior, no Estadual, a média de público em 2013 foi de 17.070 pagantes.

De 2006 a 2010, e depois entre 2014 e 2016, as médias foram parecidas, com a maior (11.418), em 2009, muito próxima da pior (9.477), em 2008. Isso evidencia que os jogos contra os clubes do interior têm um limite de público. E ele é seis vezes inferior à capacidade do Gigante da Pampulha (62.000).

Para esta temporada, em que o início já é assustador, Marcone espera uma “ajudinha” de Mano Menezes e seus comandados: “Nós vamos precisar muito do time. O clube de futebol depende da equipe com boa performance para ir torcida. Os produtos concorrentes são muito grandes. O acesso do torcedor ao pay-per-view, por exemplo, é muito maior hoje. E quando o espetáculo é pouco atrativo, ele não vai. Apesar do preço baixo, não vendemos ainda mil ingressos na bilheteria para este setor da promoção para o jogo contra a Caldense”.

Setorização

O dirigente revela que um desafio para o clube é passar a utilizar melhor o Mineirão. E neste processo, ele não descarta um novo desenho do estádio nos jogos com menor expectativa de público. “O Cruzeiro estuda uma logística para reduzir o custo operacional do estádio. E utilizar apenas o anel inferior em alguns jogos faz parte disso”, afirma Marcone.

Em alguns jogos neste ano, o clube já fechou todo o setor laranja. E ele ficou pouco diferente dos outros três que foram abertos e não receberam quase ninguém. Nesta quinta-feira, não deve ser diferente.

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