Depois de duas décadas, duelo das camisas 10 volta aos holofotes na final da Copa do Mundo

Cristiano Martins
csmartins@hojeemdia.com.br
13/07/2018 às 21:11.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:24
 (AFP)

(AFP)

Transformada pelo Rei Pelé no ícone maior do futebol e das Copas do Mundo, a camisa 10 volta a estar sob os holofotes na grande final da edição 2018 entre França e Croácia. As seleções europeias decidirão o título neste domingo, às 12h (de Brasília), no Estádio Luzhniki, em Moscou.

Principais candidatos à Bola de Ouro do torneio, o jovem francês Kylian Mbappé e o experiente croata Luka Modric vêm tentando fazer jus ao número eternizado pelo maior de todos os tempos. Até aqui protagonistas das respectivas equipes, os dois reeditarão um duelo que acabou ficando em segundo plano nas últimas décadas (relembre o histórico abaixo).

Credenciais

Durante a campanha dos Bleus, a joia do Paris Saint-Germain conseguiu ofuscar Antoine Griezmann, principal nome do elenco. E não apenas pelos três gols marcados, mas também pelas arrancadas e dribles em velocidade, principalmente diante do Peru (primeira fase) e da Argentina (oitavas de final), quando recebeu o troféu de melhor em campo.

Contra Messi e companhia, inclusive, o camisa 10 francês tornou-se o atleta mais jovem desde Pelé a balançar as redes duas vezes em um jogo eliminatório de Mundial, e o único ao lado do Rei a alcançar tal feito antes dos 20 anos.

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O “motorzinho” do Real Madrid, por sua vez, já chegou à Rússia como a maior (e praticamente única) esperança no setor de criação da Croácia, devido à reconhecida precisão nos passes e no posicionamento no gramado.

O dono da camisa 10 quadriculada, no entanto, tem chamado ainda mais atenção pela disposição e condição física. Aos 32 anos, ele é o atleta com mais minutos jogados e quilômetros percorridos nesta Copa. 

Na fase eliminatória, Modric atuou até o fim das prorrogações contra Dinamarca e Rússia, e foi substituído só nos últimos instantes do tempo extra diante da Inglaterra.

Até aqui, ele ganhou o prêmio de melhor em campo em três ocasiões (nas vitórias sobre Nigéria e Argentina pela fase de grupos e diante dos anfitriões nas quartas de final).

Reencontro

É possível afirmar que as camisas 10 não ocupavam o foco das atenções em uma final desde 1998. Rivaldo dividia o protagonismo da Seleção Brasileira com Ronaldo, e Zidane era o maestro absoluto dos Bleus – eles seriam eleitos os melhores do mundo nos dois anos seguintes.

Em 2006, o francês voltou à decisão contra a Itália de Totti. O camisa 10 da Azzurra, porém, fazia um torneio ofuscado pelos colegas Buffon, Cannavaro e Pirlo. Os três, inclusive, receberam prêmios individuais naquele Mundial (Troféu Yashin, Bola de Prata e Bola de Bronze, respectivamente).

Ilustre desconhecido

O caso mais curioso e “bizarro” desse período (talvez até da história) é o registrado na Copa de 2002. Difícil encontrar quem se lembre do camisa 10 da Alemanha naquela final contra o Brasil.

Com carreira modesta e poucas convocações, Lars Ricken herdou o número icônico, mas não pisou no gramado uma vez sequer durante a campanha do vice-campeonato.

Em 2010, a Holanda contava com um iluminado Wesley Sneijder, Bola de Prata e Chuteira de Bronze daquela edição. Do lado espanhol, porém, a emblemática camisa coube a Cesc Fábregas, reserva acionado apenas nos últimos minutos do tempo regulamentar.

Por fim, a Argentina chegou à final em solo brasileiro graças ao talento de Lionel Messi, melhor jogador da última edição. Já o camisa 10 alemão Lukas Podolski assistiu à vitória do tetracampeonato germânico sem sair do banco de reservas.

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