Derrota agrava crise no Cruzeiro e aumenta cobranças ao trabalho do técnico Paulo Bento

Guilherme Guimarães
gguimaraes@hojeemdia.com.br
24/07/2016 às 20:32.
Atualizado em 15/11/2021 às 19:59
 (Washington Alves/Light Press/Cruzeiro)

(Washington Alves/Light Press/Cruzeiro)

O planejamento do Cruzeiro se mostrou ineficaz, e as contratações de qualidade duvidosa levaram ao “desperdício” de um semestre inteiro. E, pelo andar da carruagem no Brasileirão, a segunda metade de 2016 também pode ir por água abaixo se nenhuma mudança drástica acontecer.

Para tentar melhorar a performance em campo, a Raposa abriu os cofres, gastou R$ 30 milhões e trouxe atletas mais tarimbados, com destaque para Rafael Sóbis. Apesar da tentativa, a crise se instala cada vez mais forte, graças a mais uma derrota. Desta vez, para o Sport, por 2 a 1, no Mineirão.

Mesmo vaiado, o técnico Paulo Bento se mostrou otimista após a partida. "O trabalho, o volume de jogo e a qualidade que temos, a quantidade de oportunidades que criamos. Acho muito difícil que a gente continue fazendo tão poucos gols como temos feito. E ver que os jogadores acreditam no processo. Esses são os três fatores que me levam a acreditar que sairemos dessa situação", afirmou o português.

Pressão

Agonizando a cada partida, o time do Cruzeiro provoca a ira do próprio torcedor e muitas interrogações sobre a permanência do técnico. Com a oitava derrota no clube, Bento viu a equipe celeste perder a chance de deixar a zona de rebaixamento e permitir que um adversário direto se distanciasse na briga contra o possível descenso à Série B.

Sem paciência com o péssimo momento do time azul, o torcedor cruzeirense perdeu totalmente a calma. Sem perdoar ninguém, principalmente o técnico e os membros da diretoria estrelada, o que se ouviu das arquibancadas do Gigante da Pampulha não foram gritos e hinos de apoio. Mas, sim, xingamentos pesados e críticas ao trabalho realizado.

Enquanto o time perdia para o Sport dentro das quatro linhas, fora delas, ecoavam sonoros gritos de “burro” para o treinador e cânticos contrários ao trabalho do presidente Gilvan de Pinho Tavares. “Time pipoqueiro, tem que ter raça para jogar no meu Cruzeiro”, “Gilvan, vai se f.., o meu Cruzeiro não precisa de você” e até músicas incitando a violência, como “se o Cruzeiro não ganhar, o pau vai quebrar”.

Ineficiência

A fase do Cruzeiro é tão ruim que o time acumula apenas uma vitória em casa em oito jogos, e míseros 25% de aproveitamento atuando no Mineirão – números de equipes rebaixadas em outras edições do campeonato nacional.

"O resultado não traduz o que foi o jogo. Não consigo explicar de outra maneira a não ser continuar trabalhando, trabalhar aquilo que é possível em termos de finalização. Eu, pessoalmente, não consigo encontrar outro argumento. Eu creio que se analisarmos o jogo durante 90 minutos, nem o próprio adversário acha que foi um resultado justo. Tenho certeza disso. Mas é o resultado que fica, é o que conta. Não há outra forma de tentar sair dessa situação do que ser mais eficiente", concluiu o treinador.

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