A bola na trave de Raniel, após driblar o goleiro do Joinville, evidenciou um problema a ser sanado pelo técnico Mano Menezes no Cruzeiro: a pontaria desregulada dos atacantes. Dificuldade esta que o Atlético, entretanto, não vem enfrentando em 2017. Pelo contrário. Em Belo Horizonte, um rival precisa chutar quase o dobro em relação ao outro para balançar as redes adversárias.
Na partida anterior (empate em 1 a 1 com o Tombense), a Raposa já havia acertado o poste duas vezes, ambas com Arrascaeta, em cobrança de falta e numa finalização de cabeça. Em média, o time celeste precisa chutar 8,4 vezes a gol para movimentar o placar.
“O time criou oportunidades até a última etapa e não conseguiu concretizar e traduzir isso em números. Poderíamos vencer facilmente, tamanha era a diferença entre as equipes. Foi o nosso pecado no jogo, e saímos chateados por isso. A equipe produziu, mas faltou o detalhe mais importante, que é fazer o gol. A gente pecou nesse detalhe”, avaliou o técnico Mano Menezes após o empate por 0 a 0 em Joinville.
O Atlético, em comparação, realizou três partidas a menos que o Cruzeiro na temporada. Ainda assim, chegou a um número aproximado de gols, mesmo chutando em média apenas 5,5 vezes por jogo.
Impulsionado pelo artilheiro Fred, o ataque alvinegro tem a marca da eficiência. Mesmo que tenha passado a estreia na Copa Libertadores com somente uma finalização correta, o Galo conseguiu balançar as redes do Godoy Cruz, justamente com o camisa 9. O atacante, inclusive, precisou de apenas um toque na bola em dez dos 11 gols marcados em 2017.
Fred é, desta forma, o atleta com mais finalizações certas na equipe alvinegra. Nesta temporada, foram 16 chutes “com endereço” em dez partidas realizadas. Já o “pé torto” do Atlético é o meia Juan Cazares. O equatoriano, único utilizado nas 12 partidas oficiais do clube, ainda não fez gol.
Do lado celeste, o atacante Rafael Sóbis simboliza a necessidade de a equipe “colocar o pé na fôrma”. O camisa 7 é o principal goleador da Raposa na temporada, com oito gols marcados, mas para isso precisou finalizar 51 vezes, sendo 22 para fora da baliza.
Apesar da diferença na mira, Atlético e Cruzeiro compartilham um dado: ambos possuem praticamente a mesma porcentagem de chutes errados.
A Raposa disparou 253 bolas a gol, e o Galo, 150. Em termos proporcionais, os rivais mineiros mandaram 52% das finalizações para longe da meta.