Desta vez é pra valer: Felipe Massa disputa seu último GP do Brasil na F-1. Treinos começam hoje

Rodrigo Gini
Hoje em Dia - Belo Horizonte
09/11/2017 às 20:30.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:37
 (Nelson Almeida Jr./AFP)

(Nelson Almeida Jr./AFP)

Até mesmo Kimi Räikkönen deixou de lado a sisudez habitual para brincar na entrevista coletiva em Interlagos. “Felipe vai parar? No ano passado também disse isso e aqui está ele. Vamos ver se não aparece ano que vem”. Desta vez, no entanto, tudo indica que é mesmo a despedida do vice-campeão mundial de 2008.

Que protagonizou cenas emocionantes ao ser ovacionado pelo público e homenageado pelos companheiros no GP do Brasil de 2016 para, tempo depois, voltar atrás diante da aposentadoria do campeão Nico Rosberg e da ida de Valtteri Bottas para a Mercedes.

Hoje, às 10h, quando a pista paulista for aberta para a primeira sessão de treinos livres desta que é a penúltima etapa do Mundial de F-1, Felipe Massa terá o privilégio de viver uma segunda despedida. Saborear cada momento e lembrar do que foi capaz nas provas de 2006 e 2008, quando viveu o êxtase de vencer em casa.

A segunda vitória, aliás, teve gosto amargo. Por alguns minutos, a combinação de resultados lhe garantia o título, superando Lewis Hamilton. A chuva, que provocou a rodada de Timo Glock e deu ao inglês uma posição a mais, tirou do brasileiro a taça por um ponto – Massa, no entanto, foi perfeito num fim de semana difícil.

E nem mesmo o grave acidente no GP da Hungria de 2009 – foi atingido por uma mola que se desprendeu da Brawn de Rubens Barrichello – foi capaz de comprometer o saldo positivo de uma carreira de respeito, marcada por 11 vitórias e 16 poles.

Resumida do melhor modo pelo próprio piloto no palco em que nasceu o sonho de um dia chegar ao circo. “Não fui campeão, então não daria uma nota 10. Se seis, sete ou nove eu não sei, mas cheguei muito mais longe do que imaginava quando menino. Venci corridas, lutei pelo campeonato até os últimos metros, consegui o respeito de todos, só posso me orgulhar do que consegui. Deixo a categoria certamente com a cabeça erguida”.

Se o começo de temporada e os bons resultados fizeram o paulista de 36 anos afirmar que não desdenharia mais um ano de contrato, a estagnação da Williams certamente acelerou a decisão de, desta vez, encerrar de verdade sua trajetória na F-1. Apesar de contar com o motor Mercedes, o time inglês tem sido superado sistematicamente por rivais como Force India e Renault e resultados como os pódios de 2014 e 2015 e a pole na Áustria’2014 se tornaram uma distante lembrança. Para completar o cenário, nem mesmo os milhões de dólares levados por Lance Stroll evitaram a necessidade de um reforço no orçamento, que será proporcionado pelo substituto do brasileiro – o polonês Robert Kubica, o alemão Pascal Wehrlein, o russo Daniil Kvyat e o reserva Paul di Resta são os mais cotados.

Futuro
O futuro de Massa não se afastará das pistas, mas sem pressa. A ideia é aproveitar o ano de 2018 para descansar, avaliar as diversas possibilidades e testar carros das categorias em que possa continuar acelerando. O grande desafio é assegurar que o país volte a ter representantes na F-1, ao menos a médio prazo, e que as marcas do hoje dono do carro 19 não sejam as últimas páginas de nobreza do país no circo. 

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