(Divulgação/Cruzeiro)
“João amava Teresa que amava Raimundo/ que amava Maria que amava Joaquim...”. O poema Quadrilha, de Carlos Drummond de Andrade, serve bem para ilustrar a curiosa realidade do mercado do futebol brasileiro nesta temporada.
Alguns nomes se tornaram sonho de consumo de vários clubes e, ao menos no desejo dos dirigentes, vestiram várias camisas, até selar seu futuro. Que, em certos casos, desapontaram todos os interessados.
Um bom exemplo é o do ex-cruzeirense William. O atacante atraiu o interesse de São Paulo, Santos, foi citado pelo Flamengo e acabou fechando mesmo com o Palmeiras, que já se interessava no fim de 2016.
A carência em posições específicas tem justificado a corte feita a jogadores como o volante Anderson, do Internacional, que entrou no radar do Atlético, foi especulado pelo Corinhtians e, tanto em um caso quanto outro, viu as negociações esfriarem por conta do elevado salário (R$ 900 mil mensais).
Situação parecida vive Luís Fabiano, ainda com futebol para merecer lugar em qualquer dos principais clubes do país e que, de malas prontas para retornar da China (na contramão da tendência atual), atrai a cobiça de Vasco, Ponte Preta e Santos.
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PARA ONDE? – Luís Fabiano está de volta ao futebol brasileiro, mas destino ainda não foi confirmado
No caso do atacante paraguaio Colmán, do Nacional, São Paulo e Grêmio acabaram frustrados por uma proposta do Dallas, da Major League Soccer (MLS). O clube norte-americano acenou com salários mais altos e levou o reforço.
O Grêmio, aliás, vem vivendo uma novela envolvendo seu ataque. Kayke, que estava no futebol japonês, foi a Porto Alegre e chegou a tomar chimarrão e falar como jogador do Tricolor. Em pouco mais de uma semana, no entanto, as negociações chegaram a um impasse e ele acabou acertando a transferência para o Santos.
O “Plano B” passou a ser o uruguaio Gabriel Fernández, conhecido como El Toro, que também foi à capital gaúcha, mas acabou reprovado nos exames médicos. O campeão da Copa do Brasil, a caminho de mais uma Libertadores, se vê agora em busca de uma quarta ou quinta opção. Que pode ser um velho conhecido: Hernán Barcos, assediado por Santos e Fluminense, mas que não acertou com nenhum dos dois. Ou o também ex-gremista Marcelo Moreno, que insinuou um retorno ao Cruzeiro desde o fim da temporada passada, mas acabou criticado pela demora na negociação.
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OBSTÁCULO – Alto salário impediu que negociações de Galo e Corinthians por Anderson fossem adiante
E o caso de Kayke se repetiu com o armador Wagner, ex-América, Cruzeiro e Fluminense. Ele começou o ano separado “por detalhes” do acerto com o Corinthians, vinha sendo incluído no pacote de reforços do Timão, mas tem como destino mais provável o Vasco.
Bem verdade que, com as competições se aproximando, o ritmo do mercado começa a desacelerar mas, considerando que a janela internacional se fecha apenas em abril, tudo indica que ainda haverá muito reforço disputado a tapa.