Disputa por artilharia do Campeonato Mineiro vale marcas históricas para Fred e Atlético

Cristiano Martins
csmartins@hojeemdia.com.br
11/01/2018 às 21:06.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:43
 (Reprodução Instagram)

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“Nem Fred, nem Ricardo Oliveira, nem Rafael Moura. O verdadeiro matador está chegando!”. Foi assim, com direito a “meme” provocativo nas redes sociais, que o Villa Nova anunciou a contratação do atacante Daniel Morais para o Campeonato Mineiro de 2018.

A brincadeira do Leão resume bem as expectativas para a briga pela artilharia do Estadual, disputado a partir da próxima quarta-feira. Apesar de contar com três favoritos bem claros, a competição reúne outros bons candidatos ao prêmio individual. E, como mostra a história recente, não é raro o troféu ir parar nas mãos de “azarões”.

“A expectativa está a mil. Esse time do Cruzeiro cria muito, sei que a bola vai chegar bastante. Quero fazer mais gols do que em todos os anos da minha carreira”Fred

Ao menos dez jogadores presentes nesta 104ª edição do torneio já sentiram o gostinho da honraria ao longo da carreira (veja abaixo). Nenhum dos currículos, porém, se compara ao do centroavante da Raposa.

Aos 34 anos, Fred acumula nove artilharias oficiais na carreira e segue provando a cada temporada ser um dos maiores especialistas do futebol brasileiro na arte de balançar as redes.

No ano passado, defendendo o Atlético, o camisa 9 marcou dez gols no Mineiro e faturou o prêmio pela segunda vez – já havia sido o goleador do Estadual em 2005, na primeira passagem pela Raposa.

Com o feito, o atacante ainda quebrou uma “maldição” que já durava 13 edições, pois o artilheiro não conquistava também o título desde 2004, quando Alex conduziu o time azul ao troféu com 14 gols.

Nesta temporada, Fred tem outra boa motivação. Com mais uma artilharia no Estadual, ele se igualaria ao craque cruzeirense Tostão (1966, 1967 e 1968), ficando atrás apenas do ídolo atleticano Dadá Maravilha (1969, 1970, 1972 e 1974) na “Era Mineirão”.

Experiência

Estreante no Campeonato Mineiro, o também veterano Ricardo Oliveira tem a missão de substituir Fred no ataque alvinegro e manter a premiação no mesmo clube pela terceira edição consecutiva, algo que não acontece desde 1974.

Existe um respeito, a história dele (Fred) é inquestionável, mas não gosto de nenhum tipo de comparação. A responsabilidade que tenho é a de vestir a camisa 9 do Galo e fazer gols, e me sinto preparado para isso”Ricardo Oliveira

Aos 37 anos e com quatro artilharias na carreira – a última delas no Campeonato Brasileiro de 2015 –, o novo centroavante do Galo vem de uma temporada abaixo da média devido a uma caxumba e a uma pneumonia. Ele garante, entretanto, já estar de volta às melhores condições físicas.

O outro favorito é o ex-atleticano Rafael Moura, 34, principal reforço do América. Ao contrário dos dois adversários, contudo, o artilheiro da Copa Sul-Americana de 2010 enfrentará uma maior concorrência pela titularidade.

Dono do colete nos treinos da pré-temporada, o He-Man tem a sombra de Bill, 33, maior goleador do Coelho na temporada passada, quando o alviverde alcançou o bicampeonato da Série B. O artilheiro da Copa do Brasil de 2014 tem contrato só até o fim do Estadual, o que ajuda a explicar a provável reserva.Flávio Tavares/Hoje em Dia

De volta ao Cruzeiro, Fred busca terceira artilharia do Estadual para se igualar ao craque Tostão

Prêmios curiosos 

Outros jogadores dos grandes clubes mineiros também já faturaram artilharias na carreira, mas não possuem exatamente um histórico de “matadores”.

O melhor exemplo é Rafael Sóbis. Criticado por parte da torcida devido ao baixo número de gols com a camisa do Cruzeiro, o atacante conquistou o prêmio individual na Copa do Brasil de 2017, com cinco gols marcados, graças à noite inspirada na qual balançou a rede quatro vezes em um mesmo jogo (6 a 0 sobre o São Francisco-PA, na segunda fase do torneio).

“Quando você tem a condição de reserva, é difícil ter minutos jogados e fazer números. Eu fiz dez gols, e isso é bom para um reserva. O Ricardo Oliveira, que é titular do Atlético hoje, fez 12 gols no ano passado”Rafael Moura

O meia Arrascaeta, por sua vez, assinalou apenas dois gols na Primeira Liga, mas acabou ficando com a inédita honraria. O curioso é que o troféu foi “dividido” com outros sete jogadores, entre eles o atleticano Clayton, fora do Estadual de 2018 devido a uma lesão grave no joelho esquerdo.

Com boa finalização de média e longa distância, os meias Thiago Neves e Valdívia também têm uma artilharia cada um. Ambos, porém, ainda buscam a primeira premiação em um torneio de maior expressão, após os troféus conquistados na Copa do Rei da Arábia Saudita e na Copa São Paulo de Futebol Sub-20, respectivamente.

Interior

Correndo por fora na disputa aparecem ainda os centroavantes titulares das equipes do interior. Dois deles, inclusive, já levaram para casa o troféu de artilheiros do Campeonato Mineiro, porém no Módulo II, correspondente à Segunda Divisão.

Campeão e máximo goleador da última edição do torneio, com sete gols, Marcelo Quilder deixou o Patrocinense após a conquista do acesso, em maio do ano passado. Durante o período de inatividade da equipe no segundo semestre, defendeu o Hercílio Luz na Divisão Especial do Campeonato Catarinense, sem o mesmo sucesso, antes de ter o retorno confirmado ao Triângulo Mineiro, no início deste ano.

Anunciado como “verdadeiro matador” pelo Villa Nova, Daniel Morais já rodou por diversos clubes de Minas e disputou sete edições da Primeira Divisão estadual, mas tem apenas a artilharia do Módulo II de 2014, pelo Uberlândia, no currículo de premiações individuais.

Vale destacar que, em seis das 17 edições do Campeonato Mineiro disputadas neste século, o troféu de artilheiro ficou com atacantes de equipes do interior: Gustavinho (Caldense, 2002), Marcelo Pelé (Democrata, 2006), Jajá (Guarani, 2008), Eraldo (Democrata, 2010), Júnior Negão (Tombense, 2013) e Mancini (Villa Nova, 2014).

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