Dois matadores e uma vaga: Gabriel Jesus tem a sombra de Firmino na Seleção

Frederico Ribeiro
ENVIADO ESPECIAL
19/06/2018 às 20:44.
Atualizado em 10/11/2021 às 00:50
 (Joe Klamar/AFP)

(Joe Klamar/AFP)

SÓCHI (Rússia) – No campo anexo ao estádio utilizado pela Seleção Brasileira, em Sóchi, o jato d’água que irriga o gramado dispara com toda potência. Enquanto alguns jogadores driblam a “chuva”, o a-tacante Roberto Firmino cai para dentro. Sem medo de se molhar, o jogador tido como uma arma para as etapas complementares dos jogos, pode virar esperança para o primeiro tempo contra a Costa Rica.

O atacante do Liverpool entrou com atitude na estreia perante a Suíça e se transforma na mais provável mudança do time de Tite para a sequência da Copa. Em um momento em que os centroavantes conseguiram aparecer em importantes vitórias das favoritas –Lukaku na Bélgica, Kane na Inglaterra, Griezmann na França, Diego Costa na Espanha– o brasileiro Gabriel Jesus entra numa câmara de alta pressão.

Mesmo sendo participativo na estreia, fez parte de uma atuação ruim coletivamente do Brasil, no segundo tempo. Firmino, por sua vez, entrou em Rostov restando apenas 16 minutos de partida, e teve duas chances de marcar o gol da vitória brasileira.

A Argentina, que fez gol com seu atacante –Agüero (que é titular do Manchester City, mesmo time de Jesus) – já sinalizou mudanças. A Alemanha também não deve ficar impune às substituições após o inesperado tropeço diante do México.

Se Gabriel sempre foi titular absoluto de Tite – atuou em 18 partidas das 22 do Brasil sob o comando do gaúcho – Firmino tem como trunfo uma melhor temporada que o ex-palmeirense. Pelo Liverpool, o reserva chegou a eliminar o titular na Uefa Champions League, e foi finalista, perdendo o troféu para o Real Madrid.

Ainda é cedo para qualquer prognóstico, mas nesta primeira rodada que terminou ontem, com os jogos entre Colômbia x Japão e Senegal x Polônia, o melhor centroavante brasileiro no Mundial foi Diego Costa, naturalizado espanhol.

Até 2017, ele fazia parte de um seleto grupo de fazedores de gols da Premiere League, quando deixou o Chelsea para o Atlético de Madrid. O Campeonato Inglês, que fornece Firmino e Gabriel Jesus ao Brasil, é também o palco de Kane (Tottenham), Lukaku (United) e Agüero (City).

CENTROAVANTES DECISIVOS

Os cinco títulos mundiais da Seleção Brasileira contaram com participações inspiradas do centroavante do time. E essa história começa com Vavá, que marcou nas finais de 1958 e 1962, sendo um dos artilheiros da Copa do Mundo do Chile.

Uma curiosidade é que embora fosse o titular nas duas campanhas, Vavá não vestiu a camisa 9 em nenhuma delas, pois era o 20 em 1958, e o 19, em 1962.

No México, em 1970, o Brasil foi campeão mundial com um camisa 9, Tostão, que teve uma vaga no time arrumada pelo técnico Zagallo e teve papel fundamental durante toda a trajetória do time que garantiu o tri.

O jejum de 24 anos do Brasil sem título em Copas foi quebrado em 1994, nos Estados Unidos, numa competição que teve o centroavante Romário como o destaque não só da Seleção, mas da competição.

O Baixinho, que também não usava a camisa 9, mas a 11, foi o grande nome daquele Mundial e recebeu da Fifa a Bola de Ouro, prêmio dado ao melhor jogador de cada Copa desde 1978, na Argentina.

O pentacampeonato, em 2002, na Coreia do Sul e Japão, contou com uma grande história de superação do centroavante Ronaldo, que foi o artilheiro daquela Copa do Mundo, com oito gols, sendo dois deles marcados na decisão do título contra a Alemanha, vencida pela Seleção Brasileiro por 2 a 0.

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