Dos EUA para a Rússia: com batuque de tambor, brasileiro vira atração no 1º treino da Seleção

Frederico Ribeiro
Enviado Especial à Rússia
12/06/2018 às 07:56.
Atualizado em 03/11/2021 às 03:33
 (Frederico Ribeiro/Hoje em Dia)

(Frederico Ribeiro/Hoje em Dia)

SÓCHI (Rússia) - O clima de Copa do Mundo despertou em Sóchi, finalmente. No primeiro treino da Seleção Brasileira na Rússia, ontem às 4h de Brasília (10h de Moscou), a torcida local invadiu o pequeno estádio Slava Metreveli. Gritaram pelo atacante Neymar e o lateral Marcelo, embalados pelo som que levou o carnaval ao Mar Negro.

O torcedor Wallace Leite, de Goiânia, foi responsável pelo show. Ele veio dos Estados Unidos para a Rússia em missão mais do que diplomática. Levou o jeito de torcedor do brasileiro para os moradores de Sóchi. Acompanhado de tambor e sucessos nacionais na ponta da língua, ele comandou a massa no treino aberto anexo ao hotel da Seleção.

Crianças ficaram fascinadas pelo instrumento que agita o carnaval do Rio de Janeiro, um dos cartões postais mais famosos do Brasil na Rússia, além é claro do futebol. Totalmente vestido de verde e amarelo, acompanhado da esposa e amigos, Wallace virou celebridade no batuque. 

"Nosso objetivo é ajudar a empurrar o Brasil nesta Copa. Mas também apresentar aos russos a nossa forma brasileira de torcer, com bastante animação e empolgação. Interagimos não só com o grupo de jogadores na hora do treino e do jogo, mas com a população local".

Enquanto o time de Tite fez apenas um treino regenerativo, e distribuíram autógrafos e bolas ao fim da atividade, Wallace demorou para sair da arquibancada, seja para tirar selfies, ou emprestar o baqueta e saciar a curiosidade soviética, acostumada com a Balalaika e o elétrico Theremin.

"As crianças adoram, dei até autógrafo. Disse que eu não era jogador. Eles respondiam: 'mas é brasileiro", disse o torcedor, que abusou da paciência para encarar aeroportos e máquias de raio-x com o instrumento de 50cm de diâmetro e 60cm de altura.

NONA COPA

Wallace chega a Rússia para a nona Copa do Mundo seguida atrás do Brasil. A estreia foi no Mundial de 1986. Acompanhou de perto a evolução da competição da Fifa a cada quatro anos. E, para ele, a virada na organização foi em 2006, curiosamente quando o Brasil também perdeu para a França, assim como há 32 anos.

"Faço o planejamento para ir as Copas assim que a edição acaba. Ou seja, tenho quatro anos para economizar dinheiro e me preparar. Mas não é o lado econômico que pesa, e sim a vontade de estar lá e torcer pelo país. Nesses anos todos, a Copa de 2006 mudou a maneira da Fifa em organizar o torneio. Foi uma festa dentro e fora de campo".

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por