Eduarda Carvalho, mas pode chamar de 'neta do vento'

Rodrigo Gini
Hoje em Dia - Belo Horizonte
03/12/2017 às 16:57.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:01
 (Alexandre Loureiro/Exemplus/COB)

(Alexandre Loureiro/Exemplus/COB)

Eduarda Carvalho, mas pode chamar de "neta do vento". A brincadeira é quase inevitável considerando a filiação de um dos destaques dos Jogos Estudantis Brasileiros na fase 15 a 17 anos, em Brasília. Sim, a atleta é filha do ex-atacante Euller, hoje dirigente do América, clube que o revelou, com passagens destacadas pelo Palmeiras (pelo qual foi campeão da Libertadores em 1999, cobrando o pênalti do título); São Paulo, Atlético, Vasco e futebol japonês. E, pelo que mostrou nas competições de ginástica rítmica, além de mostrar luz própria, tem tudo para sonhar com uma vaga, se ainda não em Tóquio-2020, que não é a prioridade, em Paris-2014, como é o planejamento, como a primeira brasileira a garantir a classificação individual.

Com 15 anos, Eduarda foi a campeã individual geral e a melhor em três aparelhos: arco, bola e maças. Também este ano, já havia conquistado o Brasileiro, o Sul-Americano e o quinto lugar no Pan-Americano. A inspiração, curiosamente, veio de outra filha de ex-jogador de futebol que enveredou pela modalidade: Daniela Leite, herdeira do goleiro atleticano e hoje deputado estadual pelo PSDB João Leite. "Eu via a Daniela pela TV e gostei muito. Minha mãe então começou a fazer os objetos da ginástica rítmica para mim. Ela pegava palitos e papel crepom e fazia a fita. Comprava bola, bambolê, essas coisas”.

Principal torcedor e incentivador, o pai procura passar a experiência do esporte em alto nível desde os tempos de adolescente e lamenta que, apesar de resultados tão bons, ainda falte apoio. "Chega um ponto em que ela precisa sair, competir e treinar lá fora. Fosse em outro país e ela já teria todo o suporte e estrutura, infelizmente não é o caso no Brasil. Vou apoiar até onde conseguir, mas não descartamos que ela passe a competir por outra bandeira se isso a deixar mais próxima do sonho" comenta Euller.

O pai admite que acompanhar Eduarda do lado de fora é muito mais tenso do que qualquer desafio nos gramados, especialmente nos instantes que separam a apresentação da revelação da nota: "é muita adrenalina. Alegria, tristeza, ansiedade, apreensão, torcida, passa tudo pela cabeça". E já se mostra bastante íntimo da modalidade escolhida pela herdeira. "É um esporte de interpretação, você fica nas mãos dos árbitros, a nota depende de muitos detalhes. É como um jogo de erros: a ginasta que menos erra leva o ouro".
 

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