Ele ainda não foi eleito o melhor do mundo, seja na escolha anual de Fifa, seja na Bola de Ouro da revista France Football mas, enquanto Messi e Cristiano Ronaldo pretendem permanecer onde estão (embora o português tenha ameaçado deixar o Real Madrid diante dos problemas com o fisco espanhol), se tornou o personagem do mercado europeu de verão. Em questão de dias, começaram a surgir indícios de uma suposta insatisfação com a situação atual no Barcelona, especulações de que a camisa vestida na temporada 2017/2018 seria outra e, ontem, notícia divulgada pelo jornalista Marcelo Bechler, do Esporte Interativo, chegou a dar como certa a transferência para o Paris Saint-Germain, disposto a pagar a multa rescisória recorde de 222 milhões de euros (algo em torno dos R$ 810 milhões).
Foi o suficiente para colocar Neymar nos trending topics do Twitter e provocar um terremoto na imprensa esportiva internacional. Dos diretos interessados no episódio, apenas os representantes do clube catalão se pronunciaram. O vice de esportes Jordi Mestre garantiu que, "com 200% de certeza", o atacante brasileiro seguirá ao lado de Messi e Suárez. E o porta-voz da junta diretiva do Barça, Josep Vives, foi além, dizendo que o ex-santista "é um dos emblemas mais fortes do time atualmente; um dos melhores jogadores do mundo, e que está fora de cogitação deixar de contar com seu futebol em breve". Dinheiro certamente não é uma motivação, já que ontem foi divulgado o balanço do clube na temporada 2016/2017, com um lucro líquido recorde de R$ 2,5 bilhões.
E ainda que o clube parisiense, que acabou de contratar Daniel Alves e conversa com o chileno Aléxis Sánchez, tenha condições de concretizar o que seria a maior negociação da história do esporte (mais do dobro do que foi pago pelo Manchester United pelo francês Paul Pogba, hoje recordista), a imprensa francesa se mostra reticente quanto à possibilidade. Lembra que, antes do PSG, o Manchester City também tentou contar com Neymar, sem sucesso. E afirma que os rumores poderiam ser uma estratégia do estafe do jogador para se ver ainda mais valorizado – o aumento da multa rescisória, anteriormente estipulada em 200 milhões de euros seria um sinal. E citam fontes próximas ao presidente Nasser El-Khelaifi, homem de confiança do grupo do Catar que se tornou dono da equipe, que consideram exagerado o valor, mesmo para os polpudos cofres da agremiação.
Fortuna
Que motivos poderiam fazer o craque trocar Barcelona por Paris depois de quatro temporadas de protagonismo e títulos? Para alguns, o desejo de ter luz própria e se tornar estrela da compania sem a sombra de Messi (e a concorrência de Suárez); o que, no entanto, esbarraria na obrigação de levar os franceses à conquista sonhada da Liga dos Campeões. Além disso, os franceses teriam acenado com um salário de R$ 110 milhões anuais mais bônus – impressionantes R$ 402,5 mil por dia.
Por outro lado, o sonho de se tornar o melhor do mundo e o caminho até o feito seriam mais curtos caso o camisa 11 permaneça na Espanha, considerando que, com a Seleção Brasileira em alta, tem grande chance de se transformar no principal jogador da Copa de 2018 e, assim, desbancar tanto o companheiro Messi quanto o rival Cristiano Ronaldo. Pelo PSG, dependeria não só do talento individual mas de um desempenho que a equipe do Parque dos Príncipes ainda não conseguiu apresentar.Editoria de Arte/HD / N/A