Em entrevista, Richarlyson diz que Atlético foi único clube no qual não sofreu preconceito

Henrique André
hcarmo@hojeememdia.com.br
25/06/2017 às 14:40.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:15
 (Bruno Cantini/Atlético)

(Bruno Cantini/Atlético)

Ter um currículo abarrotado de título importantes nem sempre é suficiente para fazer de um jogador ídolo e respeitado no meio do futebol. No caso de Richarlyson, atualmente no Guarani, nem na própria torcida ele consegue ser unanimidade. O motivo? Ninguém sabe explicar.

Na apresentação ao Bugre, o ex-lateral/volante do Atlético foi surpreendido quando dois homens arremessaram bombas de fabricação caseira na área externa do Brinco de Ouro da Princesa, estádio do alviverde de Campinas. Antes, muitos torcedores já haviam manifestado ser contra a contratação do jogador.

"Esse problema não vem de agora. Desde os tempos no São Paulo, parte da torcida não gritava meu nome. O único clube que não passei por nenhuma situação desta foi no Atlético Mineiro", conta Richarlyson.

"Fico sem saber o porquê. Tento explicar, mas ao mesmo tempo eu nem sei porque estou explicando algo que é inexplicável", acrescenta em entrevista à Rede TV.

Alvo de ofensas homofóbicas, há muitos anos, o filho do ex-atacante Lela e irmão do curitibano Alecsandro se diz tranquilo, mesmo com esta perseguição gratuita. Dó destas pessoas é o que ele afirma sentir.

"Quer dizer que no futebol não pode haver homossexual? Por causa disso ele deixa de ser um grande profissional? Por que o cara não pode jogar se for gay? Por que o torcedor não aceita um cara homossexual no time dele? O que isso interfere dentro de campo?", questiona.

Libertadores ou Mundial?

Falando da vida dentro das quatro linhas, o multicampeão Richarlyson, mais uma vez, destacou sua passagem pelo Galo. Segundo ele, o título da Libertadores, conquistado em 2013, supera até o Mundial pelo São Paulo.

"A gente conseguiu, com um time meio desacreditado. Aquele time foi uma junção de jogadores que estavam sendo punidos pela bola. Posso citar o caso do Jô, que saiu do Inter, do Rever, que deixou o Grêmio, da forma que foi, o caso do Ronaldinho, que ninguém sabia se ia jogar ou não", relembra o polivalente jogador.

"Acho que quem foi o responsável por juntar estes jogadores foi o finado Eduardo Maluf. A gente tinha feito uma grande campanha em 2012, fomos vice campeões nacionais. Em 2013, o time voou no primeiro semestre. Ninguém acreditava. Mas futebol é como andar de bicicleta; ninguém desaprende", finaliza.Gabriel Ferrari/Guarani

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