Especialista analisa nomes de argentinos envolvidos em possível troca entre Cruzeiro e Boca Jrs

Guilherme Guimarães
Hoje em Dia - Belo Horizonte
13/07/2017 às 18:23.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:32
 (Montagem sobre fotos de Boca Jr e AFP )

(Montagem sobre fotos de Boca Jr e AFP )

Dois grandes clubes da América do Sul, Cruzeiro e Boca Juniors-ARG abriram negociação pelo atacante Ramón Ábila nesta semana, mas as primeiras investidas do clube argentino não agradaram à equipe estrelada. Nesta quinta-feira (13), a diretoria da Raposa negou investida dos Xeneizes, que ofereceram R$ 4,77 milhões (assumiria a dívida que o clube mineiro tem com o Huracán) e repassaria dois jogadores, um com parte dos direitos e outro por empréstimo. São eles: Nicolás Colazo e Messidoro, respectivamente.

Do Messidoro espera-se que ele tire da cartola um coelho, faça jogadas de qualidade pela habilidade que tem"

O Cruzeiro não tem interesse nos jogadores oferecidos pela diretoria do Boca Jrs e, com isso, fez uma contraproposta pedindo Marcelo Torres, de apenas 19 anos e que tem passagem pelas categorias de base da Seleção Argentina. Essa tentativa celeste não agrada aos argentinos, que desejam manter a jovem promessa. 

Conhecedor do futebol argentino, o editor do site “Futebol Portenho”, Joza Novalis, pontuou em conversa com o Hoje em Dia os prós e contras dos jogadores envolvidos na negociação que pode levar Wanchope ao Boca Juniors-ARG. 

Alexis Messidoro, 20 anos, emprestado pelo Boca Juniors-ARG ao Sport Boys, da Bolívia. 

Um jogador interessante. Quando surgiu era tido como uma das grandes promessas do futebol argentino. Tem muitos fundamentos técnicos calibrados, tem chegada forte ao ataque pelo centro ou lados do campo, tem também bom passe e boa leutura de jogo no último terço do gramado. Além disso, sabe fazer gols. Apesar das qualidades, o Messidoro sofre com o que eu chamo de “evolução suspensa ou congelada”. Ele estancou sua evolução e não não cresceu da forma como muitos esperavam. Penso que o problema pela não evolução esteja relacionado à personalidade do jogador, que ainda não assimilou as dificuldades e diferenças entre o jogo nas equipes principais e nas categorias de base. Daqui um ano pode ser um grande craque ou um jogador comum, não dá para cravar o que acontecerá com ele. É uma aposta arriscada nesse sentido

Nicolás Colazo, 27 anos, emprestado pelo Boca Juniors ao Melbourne City, da Austrália – Jogador diferente, mais experiente e que uma rodagem maior. Desses todos que estão falando seria o mais interessante. Na minha opinião, Colazo tem maior capacidade de se adaptar aos desafios que qualquer time coloque para ele. É um jogador com maior adaptabilidade, tem tratamento bom com os colegas da equipe, não leva problemas pessoais para o campo, e vive de forma tranquila fora das quatro linhas. É o famoso jogador família. E isso o ajudaria muito na adaptação ao futebol brasileiro. O Colazo não tem toda a técnica do Messidoro, mas é jogador mais desenvolvido, até pela idade e rodagem” 

Marcelo Torres, 19 anos, equipe B do Boca Juniors – é uma promessa, completamente uma promessa. Não dá para saber o que será daqui um tempo. O Boca Juniors tem uma categoria de base que produz muitos jogadores interessantes e para as mesmas posições. O “Chelo” é mais uma das promessas, se destacou muito no começo de 2016, depois teve uma evolução congelada. Isso no caso dele é mais tranqulo, porque ele é muito novo. Na minha opinião seria a pior alternativa para o Cruzeiro, pois não sabemos o que pode acontecer com esse jogador. Atleta muito jovem para enfrentar uma transferência para outro país. Tecnicamente ele é bom, mas o que pesa é a idade.

Do Colazo espera-se que ele consiga entender bem as orientações do treinador, e compreenda melhor taticamente o jogo"

Marcelo Torres tem fundamentos muito bem trabalhados, chega bem à frente, tem bom arremate, capacidade de fazer leitura interessante no último terço do campo. Consegue ter um ótimo passe final, é ágil, um atleta que entra entre os zagueiros de uma maneira mito rápida, faz boa leitura do posicionamento dos zagueiros para saber onde colocar a bola. Ele pode atuar como nove, como segundo atacante. Tem uma boa entrada e saída da área, e boa relação com outros atacantes e meio-campistas que chegam bem à frente da área. Ele é o menos conhecido, o menos testado de todos, e além disso, na minha opinião, a personalidade dele é de uma pessoa introvertida. É um jogaor timido. Isso atrapalha o jogador. O ambiente do Cruzeiro pede muito protagonismo e talvez pela necessidade do clube, o Torres não seja o mais ideal” 

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