Expectativa por reabertura do Mineirão é a mesma de 47 anos atrás

Felipe Torres - Hoje em Dia
27/01/2013 às 14:56.
Atualizado em 21/11/2021 às 21:14
 (Ricardo Bastos / Hoje em Dia)

(Ricardo Bastos / Hoje em Dia)

Uma quadrilha formada por mulheres, especializada em roubo de carros, estava prestes a ser desmantelada pela Polícia, para alívio dos moradores do Centro de Belo Horizonte. Em Brasília, o presidente Castelo Branco e o Governo militar se mostravam atentos às próximas eleições estaduais.

O mundo esperava pela aterrissagem da cápsula Gemini-5, com os astronautas Gordon Cooper e Charles Conrad a bordo, no Atlântico. O sucesso da empreitada levava os Estados Unidos a preverem a chegada à Lua em 1969, a conquista de Vênus em 1975, e a tomada de Marte cinco anos mais tarde. Os soviéticos esnobavam as promessas.

Mas essas não eram as únicas manchetes dos jornais mineiros de domingo, 29 de agosto de 1965. A imprensa também destacava a inauguração do estádio “Minas Gerais”.

Afinal, dentro de uma semana, a bola rolaria no Mineirão, num amistoso entre a Seleção Mineira e o River Plate, da Argentina. O encontro prometia parar a capital.
Hoje, os furtos a veículos continuam tirando o sono da população belo-horizontina. A democracia se consolidou no Brasil. O homem chegou à Lua, mas ainda não desbravou outros planetas. E a União Soviética ficou na história.

Porém, a repercussão e a expectativa em torno do Gigante da Pampulha são bem parecidas às daquela época. A sete dias do clássico Cruzeiro x Atlético, que sela a retomada do futebol ao remodelado Mineirão – após dois anos e meio em obras para a Copa de 2014 –, as torcidas se mobilizam para voltar a vibrar no maior palco do esporte mineiro.

Mas os tempos realmente mudaram. Se a atual reforma do Mineirão teve uma cobertura quase instantânea na internet, e demais mídias, a falta de informações sobre o estádio, há quase cinco décadas, despertou uma grande curiosidade no público.

E quem soube explorar tal fator acabou lucrando. A loja Bemoreira, por exemplo, realizava uma promoção. Estampando uma foto do “Colosso da Pampulha”, avisava que, ao comprar um rádio, o cliente ganhava ingressos para “os cinco jogos de inauguração do segundo estádio do mundo em capacidade e o primeiro em modernização”. A combinação parecia perfeita: radinho e futebol.

Transmissão

A televisão também se afirmava e buscava espectadores nos anos 60. Assim, não poderia perder a oportunidade de transmitir a partida da Seleção Mineira e do River Plate.
As folhas da edição do “Diário de Minas” até ressaltavam tal notícia, lembrando que a autorização partia do próprio governador Magalhães Pinto, que deu nome ao local.

Atlético, Cruzeiro e América não gostaram de ver a ideia se estender ao restante do Campeonato Mineiro da temporada. Os clubes tinham medo de que a TV gerasse uma perda substancial de renda.

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