“Não, não tem peso nenhum”, garantiu o sorridente Paulinho, às pressas, ao deixar o Mineirão na madrugada desta sexta-feira (11). Já o sério Fernandinho, sem qualquer correria, admitiu o alívio. “Vou dormir mais leve, pode ter certeza”, reconheceu.
Reações diferentes diante de um tema incômodo, porém inevitável, discutido à exaustão nas vésperas da goleada por 3 a 0 sobre a Argentina. A pergunta era sobre a sensação de festejar uma importante vitória no retorno ao palco dos 7 a 1 para a Alemanha na Copa de 2014.
Os dois volantes participaram daquela fatídica semifinal, bem como o lateral-esquerdo Marcelo. Únicos remanescentes do pior vexame da história da Seleção em campo, os três tiveram atuações elogiadas no maior clássico sul-americano.
“Vou falar por mim. Estou muito feliz, muito feliz. Mesmo. De verdade. É claro que não tem como a gente apagar o que aconteceu na Copa do Mundo, mas agora é um sentimento diferente. Dedico essa vitória acima de tudo à minha família e a todos que me apoiaram no momento mais difícil da minha carreira, porque, sem eles, talvez eu não estaria aqui hoje”, desabafou o jogador do Manchester City.
Volta por cima
Substituído no intervalo contra os alemães – justamente para a entrada de Paulinho –, o camisa 5 viu a Seleção levar cinco gols apenas no primeiro tempo. Agora, participa do renascimento da amarelinha, com apenas um gol sofrido em cinco partidas sob o comando do técnico Tite.
“A gente foi tão criticado, tão massacrado... Fomos taxados como a pior geração de todos os tempos do Brasil. Esse grupo é forte porque, devido a tanta paulada, a gente manteve a cabeça erguida, os pés no chão e a confiança de que teríamos condições de reagir. Passo a passo, a gente está conseguindo fazer isso”, concluiu Fernandinho, debutante no maior clássico do futebol mundial.
“Nos outros jogos, fiquei no banco ou fui cortado por lesão. Estrear em um Brasil e Argentina com 3 a 0 no Mineirão, não poderia ser melhor. Nosso time foi sólido, e lá na frente os três tiveram uma atuação fenomenal (Neymar, Gabriel Jesus e Philippe Coutinho)”, concluiu o volante.Lucas Figueiredo/CBFCamisa 5 levou cartão amarelo no início, mas neutralizou Messi e foi o maior ladrão de bolas da Seleção