Galo faz reunião por Estádio: 'torcida raiz', troca no Diamond e 60% de cadeiras cativas vendidas

Frederico Ribeiro
fmachado@hojeemdia.com.br
18/07/2017 às 02:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:37
 (Reprodução)

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Em reunião comandada pelo atual presidente Daniel Nepomuceno e o arquiteto responsável pelo projeto, Bernardo Farkasvölgyi, o Atlético apresentou detalhes do Estádio para conselheiros e convidados por volta das 20h da noite de segunda-feira (17). O sonho da "casa própria" passará por avaliação no clube. Até lá, o Galo já municia o Conselho de informação, como detalhes técnicos da obra e a viabilidade financeira envolvendo um dos maiores patrimônios do clube, o Shopping Diamond Mall.

Com a missão de construir uma casa de acesso popular, um dos valores apresentados como motivação para a construção da Arena de domínio próprio é "resgatar a torcida raiz" através de ingressos a preço acessível. Um dos problemas do atual futebol brasileiro nos Estádios "Padrão-Fifa". Atualmente, o Atlético exerce a cobrança média de seu ticket a R$ 35,10, o oitavo mais caro do Brasil.

Numa Arena que é avaliada em R$ 468 milhões, o Atlético apresenta os caminhos para comprar cimento, tijolos, mão de obra e afins. Os mais importantes deles seriam na venda de naming rights (como o Allianz Parque, do Palmerias) e na proposta da Multiplan, administradora do Diamond por mais nove anos (até 2026). A empresa pagaria R$ 250 milhões para controlar 50,1% do Shopping a partir de 2030, aumentando o atual acordo por mais quatro anos. Atualmente, o Galo arrecada 15% das receitas até 2026, ficando com 100% após 30 anos do arrendamento, iniciado em 1996.

Saber se é vantajoso troca o controle total do centro comercial no luxuoso bairro de Lourdes de 2026 adiante ou se é melhor trocar metade do Diamond para conseguir boa parte dos recursos da construção da "casa própria" é o xis da questão a ser levada de forma oficial ao Conselho em reunião ainda sem data para acontecer. 

Além disso, a apresentação informou que o Estádio terá 41.800 lugares, sendo que 10,8% destes assentos são setores Vips (3645 lugares) e Camarotes (36). Por falar na setorização da Arena, um dos artifíces do Atlético para levantar os recursos financeiros é vender cadeiras cativas que, esgotadas as compras, dariam ao clube R$ 100 milhões. Sendo que 60% deste recurso já está garantido pela diretoria alvinegra. Segundo apurou o Hoje em Dia, o principal comprador destas cadeiras cativas seria o Banco BMG, antigo parceiro e controlado pelo ex-presidente do Atlético, Ricardo Guimarães. Dario Zalis / Divulgação

Além destes, o outro aliado do Atlético no empreendimento denominado de Arena Multiuso é a MRV Engenharia, a maior empresa brasileira do segmento de construção civil, fundada por outro conselheiro, Rubens Menin, e atual patrocinadora do clube. A MRV foi responsável por doar o terreno onde será levantado o Estádio, no Bairro Califórnia.

A expectativa da cúpula atleticana é que até 2020 os torcedores possam criar um novo caldeirão em Belo Horizonte. As obras tem previsão de 30 meses de duração. Assim sendo, se o Conselho aprovar a construção do Estádio no fim do ano, a Arena mudaria o horizonte da capital mineira na reta final do segundo semestre de 2020.

Para consolidar o debate, o Conselho Deliberativo do Atlético ainda convocará uma reunião de natureza "extraordinária" para ouvir os conselheiros que são contra ou a favor de tocar o projeto. 

As informações passadas pelo Atlético na reunião:


- Capacidade total: 41.800 lugares
- Setores: 12
- Quantidade de camarotes: 36, com um total de 898
- Quantidade de bares: 46
- Quantidade de restaurantes: 2
- Área Vip/Lounge: 3.645 lugares


- Pra ampliar a presença de todos os segmentos sociais da torcida no Estádio: GERAL - CADEIRA - CAMAROTE
- Aumentar o envolvimento do torcedor com o time
- Resgatar a torcida raiz para o estádio com setores populares a preços populares
- Ampliar a receita com novos negócios
- Aumentar ainda mais o desempenho como mandante
- Mineirão é inviável


Proposta Multiplan
- Aquisição de Metade do Shopping (50,1%)
- Pagamento ao CAM de R$ 250 milhões, com fluxo compatível aos desembolsos para construção da Arena
- Extensão do arendamento atual por quatro anos a partir de 2026. CAM manterá o recebimento integral dos atuais 15% da receita do empreendimento pelos próximos 4 anos. 
- Atlético terá direito de veto - Regras de governança protegerão o Clube.
- Regras de investimento  revitalização possibilitarão ao Diamond manter a características de melhor Shopping de BH sem que o Atlético tenha que retirar dinheiro do futebol para realizar investimentos


- Cessão de apenas METADE do Shopping - 250 milhões (50,1%)
- Vendas de cativas = R$ 100 milhões (R$ 60 milhões já garantidos)
- Venda de exploração de concessões = R$ 60 milhões


Proposta 1
- Manter o Shopping, avaliado hoje em R$ 494 milhões mas que só será 100% nosso em 2026

Proposta 2
- Manter metade do mesmo Shopping (R$ 250 milhões) e ter 100% de uma Arena avaliada em R$ 468 milhões já em 2020 e que nos trará redenção financeira e a conquista de muitos títulos
- Sem tirar nem um centavo dos cofres do Atlético

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