Gilberto Silva x Atlético: novo encontro tem divergência em laudo médico e decisão adiada

Frederico Ribeiro
fmachado@hojeemdia.com.br
08/12/2016 às 18:29.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:00

Enquanto o Atlético amanhecia em Porto Alegre para mais uma final de campeonato, na 1ª vara do Trabalho de Belo Horizonte o processo judicial movido pelo volante Gilberto Silva, contra o clube mineiro, ganhava mais um capítulo. O encontro, sem conciliação entre as partes, teve audiência adiada para 21 de junho de 2017. A ação trabalhista, movida em fevereiro 

No "frente a frente" desta última quarta-feira (7), com a presença do "reclamente" Gilberto Silva, a juíza Paula Borlido Haddada aceitou o pedido do Galo em realizar um novo (e terceiro) laudo pericial na lesão que Gilberto acusa o clube de não ter tratado adequadamente, em dezembro de 2013. Contusão esta que, segundo o ex-atleta, foi o motivo da aposentadoria dos gramados em 2015.

O processo já conta com dois laudos médicos anexados aos autos. Sendo que o primeiro deu parecer favorável ao Atlético, que nega a ligação entre a lesão no joelho sofrida pelo ex-atleta como dos gramados. Já o segundo laudo é favorável a Gilberto Silva e diz que o jogador não tem condições de fazer atividades físicas de impacto, apenas se exercitar na água ou na bicicleta. :Reprodução / N/A

Documento da última audiência entre Galo e Gilberto, com destaques para impasse nos laudos

O advogado de Gilberto, Fábio Cruz, explica que as petições seguem as mesmas. Entre elas, o pedido da premiação da Copa Libertadores (R$ 100 mil), hora-extra no período de concentração, utilizando como expoente o tempo em que ficou no hotel no Mundial de Clubes do Marrocos e direito de imagem. Sendo que, de acordo com os autos do processo, o ex-jogador afirma recebia R$ 130 mil de salário, com pagamento efetuado no contracheque no valor de R$ 52 mil e o restante (R$ 78 mil) depositados por meio da pessoa jurídica do jogador.

"O processo teve audiência adiada para o ano que vem. Permanece a mesma coisa. O problema é o seguinte: tinha sido feita uma primeira perícia (médica) no início e foi muito ruim, o perito não se dispôs a apurar nada. Veio o segundo perito e ele fez uma apuração profunda, sobre a responsabilidade do Atlético na lesão do Gilberto, uma forma científica. Só que o Atlético pediu um terceiro laudo para eximir a dúvida diante de um laudo favorável e um laudo contrário. E o juiz autorizou este terceiro laudo a pedido do Atlético e é isso que irá acontecer", afirmou o representante de Gilberto no processo, ao Hoje em Dia.

Além disso, uma das petições do ex-volante que defendeu o Galo em duas passagens é a reintegração ao clube que o ajudou a ir para a Copa do Mundo de 2002. Como não atua mais profissionalmente, ele pede na Justiça que lhe seja dado um cargo na função administrativa dentro do Galo, na mesma natureza do ofício que exerce no futebol grego. Entretanto, dificilmente o alvinegro aceitaria o retorno de Gilberto e, caso o filho ilustre de Lagoa da Prata vença o processo, seria indenizado por esta recusa de reintegração do clube mineiro.

"Ele continua pedindo a reintegração dele, mesmo que não seja na função de atleta. Ele se tornou diretor (de futebol). E o laudo pericial realizado agora constatou que ele está incapacitado para o trabalho (jogador de futebol) e o motivo é a lesão que ele sofreu e a cirurgia que não foi tratada adequadamente, não foi curada a tempo. O Atlético pode se recusar a fazer a reintegração do Gilberto e apenas indenizá-lo. Isso é cabível no processo. Agora, nesta situação cada um mede o que pode", completou Fábio Cruz. 

A reportagem tentou entrar em contato com o departamento jurícido do Atlético, que não atendeu aos telefonemas.

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