Há 20 anos, Eduardo Maluf deixava o Valério para fazer sucesso por Cruzeiro e Atlético

Henrique André
hcarmo@hojeemdia.com.br
27/07/2017 às 17:40.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:47
 (Arquivo Pessoal)

(Arquivo Pessoal)

Pela primeira vez em quase 75 anos de história, o Valério Esporte Clube, de Itabira, não disputa o Campeonato Mineiro. Sem dinheiro para montar um time, a solução encontrada pela diretoria foi apostar nas categorias de base, negociar os R$ 8 milhões de dívidas, e, no ano que vem, tentar retornar à Segunda Divisão do Estadual. 

Há 20 anos, porém, o cenário no clube mais importante da cidade era bem diferente. Tendo como presidente o ex-dirigente de Cruzeiro e Atlético Eduardo Maluf, falecido no início do mês passado, aos 61 anos, o Valério prosperava dentro e fora das quatro linhas.

Apesar de ter nascido em João Monlevade, foi em Itabira que Maluf começou a escrever a história pessoal e profissional. Pelo Dragão, ele iniciou a trajetória como goleiro, aos 14 anos. Posteriomente, porém, viu que o verdadeiro dom era outro. Ocupando vários cargos diretivos no clube, ele chegou à presidência em 1993 e permaneceu até 1997.Arquivo Pessoal 

Thiago e Daniella, filhos de Maluf, posando com o ex-jogador Edson Gaúcho

 “Era um Valério morno, e ele o fez ‘bombar’. O bingo e o futebol, por exemplo, paravam a cidade. Foram várias as modalidades (esportivas) em que o VEC teve destaque naqueles anos”, relembra Daniela, filha mais velha do ex-dirigente.

Valeriana de coração, ela praticava natação na sede social e, em dias de jogos, acompanhava o pai no camarote do Israel Pinheiro ou se juntava aos amigos nas arquibancadas.

“Meu pai sempre precisou ter atividades paralelas, porque o Valério era apenas amor e hobby. Ele foi muambeiro, trabalhou na Vale (do Rio Doce), e fez outras atividades paralelas para poder se dedicar ao clube e sustentar a nossa família”, conta.


Antes, agora e depois

De acordo com Luiz Antônio de Oliveira, atual presidente do VEC, Eduardo Maluf deixou o clube saneado e, de fato, fez uma gestão exemplar. Seus sucessores, porém, não conseguiram manter os vagões do Valeriodoce nos trilhos.

Tentando recuperar o prestígio da equipe e devolvê-la à principal competição estadual, o atual cartola aposta na força das categorias de base para nunca mais precisar se licenciar na Federação Mineira.

“Investimos nas categorias Sub-15 e Sub-17. Nosso estádio está 99% adequado, e as dívidas, sendo negociadas. Temos a tradição de ser um clube revelador de jovens talentos, e é nela que apostamos”, observa o dono da cadeira.Arquivo Pessoal 

Eduardo Maluf nos tempos em que vestia a camisa 1 do Valério Esporte Clube

 Principais realizações de Eduardo Maluf como 
presidente do Valério Esporte Clube (1993 a 1997)


– Transformação do clube em empresa;
– Manutenção do time profissional na Primeira Divisão do Campeonato Mineiro;
– Apoio total aos esportes especializados, os quais renderam ao clube várias medalhas e troféus;
– Construção e reforma da concentração dos jogadores (14 suítes, restaurante, cozinha, alojamento para comissão técnica com quatro quartos e banheiros);
– Criação do “Bingão Milionário”, que, initerruptamente, gerou recursos aos cofres do clube;
– Realização do 1º Simpósio Mineiro de Futebol Profissional, considerado o evento mais importante da época;
– Montagem do time de vôlei masculino, o VEC/Bretas, que obteve resultados expressivos em torneios estaduais e também nos nacionais;
– Promoção do jogo entre a Seleção Brasileira tricampeã mundial contra o time de masters do Valério, o qual levou o maior público já registrado no estádio Israel Pinheiro;
– Reforma, ampliação e dimensionamento olímpico da piscina da clube social.
Fonte: Revista de 55 anos do Valério Esporte Clube

 

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