Hora dos últimos ajustes, sem mostrar as armas ou se contundir. São os amistosos pré-Copa

Rodrigo Gini
Hoje em Dia - Belo Horizonte
31/05/2018 às 21:12.
Atualizado em 03/11/2021 às 03:22
 (Wander Roberto/Vipcomm/divulgação)

(Wander Roberto/Vipcomm/divulgação)

Curiosos, diferentes, mas necessários. Os amistosos de preparação na reta final das Copas do Mundo são quase tão tradicionais quanto a disputa pela taça, mas envolvem uma série de cuidados e preocupações.

Ao mesmo tempo que serão os últimos testes antes de a bola rolar para valer; chance de observar formações diferentes e dar a quem vem de contusão a chance de retomar ritmo, não podem mostrar demais para o inimigo. E ainda exigem uma conversa caprichada com os adversários para evitar entradas mais ríspidas que possam acabar em contusão e decepção. E lógico que se o resultado importa pouco por si mesmo, há sempre o componente psicológico – um placar e uma atuação convincentes são sempre um estímulo a mais para ganhar confiança.

Tradicionalmente (ao menos pelo Brasil), os rivais são escolhidos a dedo – países sem grande tradição, que podem vir de escolas variadas e cujo desempenho dificilmente tirará noites de sono da comissão técnica. Você se lembra quem esteve pelo caminho no jogo que antecedeu a campanha do penta, em 2002, na Coreia do Sul/Japão? Só os verdadeiros apaixonados ou a turma com memória de elefante há de se recordar que foi a Malásia, goleada por 4 a 0 em Kuala Lumpur.

Quatro anos depois, na preparação para a Copa da Alemanha, foi a vez da Nova Zelândia (superada com facilidade na primeira fase do Mundial de 1982), com o mesmo placar. Na reta final para a competição na África do Sul, em 2010, a CBF aproveitou o fato de já estar no país para encarar dois vizinhos dos anfritriões, ilustres desconhecidos no mundo da bola: Zimbábue (3 a 0 em Harare) e Tanzânia (5 a 1 em Dar-el Salaam). Há quatro anos, o Panamá, que também está na Rússia, foi superado com facilidade em Goiânia (4 a 0). A Sérvia deu mais trabalho e serviu como observação válida para encarar na estreia a Croácia, outro país que integrava a Iugoslávia.

Para seu primeiro Mundial, Tite e sua comissão técnica resolveram elevar o nível, com direito a uma coincidência curiosa: desta vez, os eslavos pelo caminho são os sérvios, e o teste será com a Croácia, domingo, em Londres. Não um teste qualquer, mas uma seleção que também estará na Rússia com ambições legítimas de ir adiante (pelo Grupo D, considerado um dos mais imprevisíveis, enfrentará Islândia, Nigéria e Argentina).

No dia 10, uma semana antes da estreia em São Petersburgo, será a vez da Áustria, no Ernest-Happel Stadion, em Viena. Uma seleção que ocupa uma respeitável 26ª posição no ranking da Fifa, à frente de vários países que estarão na Copa e com jogadores de renome como o lateral David Alaba, do Bayern de Munique e o atacante Arnautovic, do West Ham.

Escolhas lógicas, considerando que, nos últimos anos, os europeus foram os rivais menos enfrentados mas que, por outro lado, mostram como a comissão técnica da Seleção quer ver o grupo realmente exigido, preocupada em chegar à terra dos czares na ponta dos cascos. 

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