Ingressos voltam a ser motivo de discussão antes de Atlético x Cruzeiro, Raposa foi ao STJD

Frederico Ribeiro
fmachado@hojeemdia.com.br
18/05/2018 às 12:58.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:54

A volta do clássico de torcida igualmente dividida para Atlético e Cruzeiro foi abortada pouco tempo depois de as duas diretorias entrarem em acordo. A desistência do Mineirão "50% azul e 50% preto" ajuda a explicar a resistência de um velho problema causador de discussão entre as partes: os ingressos para o visitante.

Neste sábado (19), o Galo receberá a Raposa no Independência, como mandante da sexta rodada do Campeonato Brasileiro, às 16h. Na última quarta-feira, enquanto ambos viajavam para jogar a Copa do Brasil, houve e reunião da ata do clássico na sede da FMF. E o reinício da polêmica. Nesta sexta (18), o Cruzeiro até acionou o STJD, pois ainda não havia recebido sua carga de 1.871 ingressos, faltando pouco mais de 24 horas para a partida.

A Raposa alegou que tal medida de "bloqueio" do Atlético fere o Estatuto do Torcedor (Lei 10.617), que consta 72 horas de antecedência ao dia da partida como máximo prazo para os torcedores envolvidos terem acesso à venda de ingressos. Segundo o Cruzeiro, o Galo não havia informado os dados bancários para que o rival fizesse o depósito do preço dos ingressos.

"A diretoria do Cruzeiro, através de seu departamento jurídico, entrou com uma ação cautelar junto ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que concedeu liminar obrigando o time adversário a realizar a entrega destes ingressos até às 13h desta sexta-feira", diz o site oficial do clube celeste

Na ata da FMF, o Atlético informou que demoraria 24h para confeccionar os ingressos, contando a partir do depósito celeste. Com isso, só nesta sexta-feira poderia entregar os bilhetes. Em nota da assessoria de imprensa, o clube alvinegro assim se posicionou.

"Em relação à polêmica criada pelo clube visitante sobre a entrega dos ingressos, informamos que os mesmos já estavam previstos para serem entregues hoje, seguindo o que foi registrado em ata na reunião na FMF e obedecendo o cronograma de confecção dos ingressos físicos".

O jogo será no Independência, local que já protagonizou outros entreveios. Isso porque, pela sua arquitetura peculiar, de ferradura, com setores ímpares, ele é incapaz de ceder 10% do seu espaço total aos visitantes (algo que rege o Regulamento Geral de Competições da CBF). Assim, quando o Cruzeiro joga lá, só pode ter acesso a menos de 2 mil ingressos, sendo que a capacidade operacional do Estádio é de 22.452 torcedores. 

VELHA DISCUSSÃO
No clássico decisivo do Campeonato Mineiro, com o Cruzeiro mandando o jogo no Mineirão, o Atlético fez o papel do insatisfeito com medidas adotadas. Naquela oportunidade, o clube alvinegro reclamou dos preços de ingressos exercidos para a sua torcida. O Galo, quando visitante no Gigante da Pampulha, ocupa parte do setor roxo (central) e parte do setor laranja (atrás do gol).

Porém, a diretoria celeste estipulou o preço do setor roxo também para o setor laranja, sendo que a torcida celeste que ocupa o setor amarelo (espelhado ao laranja), pagou um preço menor. A briga do Atlético não foi para frente, e o clube aceitou os termos estabelecidos. Naquele jogo, a Raposa venceu por 2 a 0, foi campeã mineira e, na hora de comemorar, um torcedor empurrou Luan, meia-atacante do Galo, na saída do túnel. Ação que, somada à outras reclamações por parte do Atlético, fez o presidente Sérgio Sette Câmara desistir da volta do clássico de torcida dividida. 

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