Investidor da Arena MRV, ex-presidente do Galo bancou museu do FC Porto por R$ 24 milhões

Cristiano Martins e Frederico Ribeiro
esportes@hojeemdia.com.br
04/09/2017 às 19:15.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:25
 (Divulgação/FC Porto)

(Divulgação/FC Porto)

Ao lado da entrada dos portões 12 a 18, uma grande estrela azul é a referência para os turistas que visitam o Estádio do Dragão. Ela marca o acesso ao Museu do FC Porto. E, se o visitante for brasileiro, poderá notar algo curioso: o espaço que conta a história do clube lusitano é patrocinado pelo Banco Minas Gerais (BMG). Lá dentro, mais impactante, há uma estátua em tamanho real de um dos responsáveis pela criação do espaço.

O "Museu FC Porto by BMG" foi inaugurado em setembro de 2013, no aniversário de 120 anos do time português. Na ocasião, o ex-presidente do Atlético e proprietário do banco, Ricardo Guimarães, foi figura de destaque. Não por acaso.

Afinal, o empresário e banqueiro pagou 8 milhões de euros (R$ 24 milhões, à época) para adquirir os naming rights do museu, sendo assim o seu principal financiador. Por isso, foi inclusive homenageado com uma estátua em tamanho real no "Caminho das Estrelas", uma das instalações mais nobres do local.Divulgação/FC Porto e Cristiano Martins/Hoje em Dia

Ricardo Guimarães, em carne e osso, na inauguração; e em estátua na parte interna do Museu do Porto

Agora, Guimarães está atrelado a outro grande investimento, desta vez no clube do coração. Ele é um dos cabeças no projeto da "Arena MRV", a casa própria que a diretoria do Atlético pretende levantar até 2020. Em reunião marcada para o próximo dia 18, o Conselho do clube discutirá a aprovação ou rejeição da proposta financeira para alavancar os recursos.

Uma parte deles viria justamente do Banco BMG e de Ricardo Guimarães. O ex-mandatário alvinegro garante o pagamento de 60% das cadeiras cativas, a um valor de aproximadamente R$ 60 milhões na "Arena MRV".

A reportagem do Hoje em Dia apurou, entretanto, que o banqueiro não pretende repetir a ação portuguesa no Estádio do Atlético, sendo, em princípio, descartada a possibilidade de financiar o Museu do Galo no bairro Califórnia.

No projeto da Arena, está prevista a construção de uma área para homenagear e preserva a história de 109 anos do clube mineiro, além da transferência da Sede Administrativa de Lourdes para uma edificação anexa ao estádio.Reprodução/FC Porto

Trechos do "Relatório de Contas Consolidado" da Sociedade Anônima Desportiva (SAD) FC Porto

O museu e a relação Porto/BMG

O Museu do Porto foi inaugurado com uma cerimônia de pompa no dia 28 de setembro de 2013. Num automóvel de época, Ricardo Guimarães chegou acompanhado pelo presidente do clube português, Jorge Nuno Pinto da Costa, e pelo ex-presidente do país e sócio honorário Antonio Ramalho Eanes.

Nas instalações internas do Dragão estão reunidas as taças conquistadas pela equipe, entre elas as de bicampeão europeu. E, ainda, estátuas em tamanho real de grandes ídolos como os brasileiros Deco e Hulk e os técnicos José Mourinho e Yustrich (ex-Atlético e Cruzeiro), próximas à representação de Ricardo Guimarães.

O BMG não tem registro de atividades financeiras em Portugal. A ligação com o FC Porto se dá por meio do fundo de investimentos do banco no futebol.

A instituição possui diversas fatias de diretos econômicos de jogadores e também controla o Coimbra, atual líder da Segunda Divisão do Campeonato Mineiro. O pequeno clube de Belo Horizonte foi favorecido com o pagamento de comissões do FC Porto, por exemplo, na compra do meia-atacante Otávio, ex-Internacional.

A relação entre entre o banco e o clube lusitano quase levou o meia-atacante Bernard ao Estádio do Dragão, naquele mesmo 2013 em que o museu foi inaugurado. A joia do Atlético campeão da Libertadores, porém, acabou indo para o Shakhtar Donetsk (Ucrânia).

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