FUTEBOL FEMININO

Investimento no futebol feminino transforma vida e narrativas de jogadoras

Letícia Lopes
@leticialopesou
08/03/2022 às 13:48.
Atualizado em 08/03/2022 às 13:58
Time feminino do Cruzeiro foi criado em 2019. (Divulgação/Cruzeiro)

Time feminino do Cruzeiro foi criado em 2019. (Divulgação/Cruzeiro)

O futebol feminino no Brasil foi regulamentado há apenas 39 anos; foi proibido de 1941 a 1979, e havia punição para quem “desobedecesse”. Essa lei foi revogada, e uma nova era foi iniciada para a modalidade. No entanto, a permissão não chegou com apoio, estrutura e reconhecimento, e, até os dias de hoje, mulheres que jogam futebol precisam se preocupar com questões que vão muito além da técnica. Antes, elas precisam batalhar para transformar sua realidade.

Esse é o caso da jogadora Robinha. Aos 26 anos, a volante está atuando no Cruzeiro desde janeiro. Porém, até ser reconhecida como uma jogadora profissional, ela passou por situações muito difíceis. 

“Eu não tinha nem tênis para jogar bola. Muitas pessoas falavam que futebol não era para mulher, mas eu queria ser jogadora. Até ouvi de uma professora que eu não conseguiria, mas tudo isso me incentivou. Eu tive que lutar. Na família, entre amigos e na sociedade. Apesar de muito difícil, eu contei comigo. É assim, sonho se tornando realidade”, contou a atleta, que também se formou em fisioterapia. 

Mariana Pires também é jogadora profissional da Raposa. A zagueira fez jornada dupla durante quase toda sua carreira. Ela conta que trabalhava durante o dia e treinava à noite, e, por um tempo, foi convencida de que o esporte não era para ela.

“Em 2018, o cenário do futebol feminino ficou um pouco melhor e eu decidi arriscar e estou até hoje por conta. O cenário está longe de ser ideal, mas consigo viver do futebol e ajudar minha família”, declarou.

Neste 8 de março, data em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher, a coordenadora de futebol feminino do Cruzeiro, Bárbara Fonseca, fala sobre os pequenos avanços e pontua que ainda há muito o que mudar.

“É bom poder celebrar o Dia Internacional da Mulher como um dia de luta por direitos. Hoje podemos jogar, votar, lutar e colocar nossas potencialidades mais livremente na sociedade. É fato que os avanços do futebol feminino são indissociáveis do movimento feminista. E, assim como ele, ainda tem muita bola para rolar. Ainda há disparidades entre homens e mulheres. Estamos dispostas a lutar por igualdade de direitos, no futebol e onde mais a gente desejar”, afirmou. 

Em Belo Horizonte, os times femininos de América, Atlético e Cruzeiro vivem fases distintas. Criados em 2015 e 2019, respectivamente, os times passam por constantes reformulações. Galo e Raposa estão disputando o Campeonato Brasileiro A1 e o Coelho, o A2. As Vingadoras são as atuais equipes campeãs mineiras.

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