Itair Machado rebate acusações de Vicintin e chama desafeto de ' mero investigado'

Da Redação
esportes@hojeemdia.com.br
22/11/2017 às 20:30.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:50
 (Montagem sobre fotos de Cruzeiro e Lightpress)

(Montagem sobre fotos de Cruzeiro e Lightpress)

O futuro vice-presidente de futebol do Cruzeiro, Itair Machado, acusado de ter ameaçado de morte o ex-dirigente da Raposa, Bruno Vicintin, se manifestou por meio de nota oficial. No documento divulgado na noite desta quarta-feira (22), Machado nega que tenha praticado tal ato: “rechaço e nego, com veemência, a injusta acusação”, publicou o braço direito do novo presidente celeste.

A nota, que ocupa duas páginas, além de rebater a grave acusação, aponta que Vicintin é “investigado” por suposta improbidade administrativa em seu período como dirigente do Cruzeiro.

“Se não explicou, como investigado que é, deixemos para o Conselho Deliberativo e para a Comissão de Ética do Clube a devida apuração, para que um dia, em breve, os Conselheiros, os associados e sua imensa torcida, possam fazer o justo julgamento”, diz outra parte da nota, que afirma que a entrevista coletiva cedida por Vicintin foi para desviar o foco.

“A entrevista, por tudo que consta, soa meramente oportunista, cujo único objetivo somente pode ser creditado a desviar o foco daquilo que realmente importa: as explicações”.

Leia na íntegra a nota de Itair Machado

"Com muita surpresa, acabo de tomar conhecimento da entrevista coletiva do Sr. Bruno Vicintin, ex-Vice Presidente de Futebol do Cruzeiro Esporte Clube, em que me acusa, de maneira leviana e irresponsável, ter ameaçado a sua integridade física, por razões e motivações, entretanto, não explicadas. Não obstante, rechaço e nego, com veemência, a injusta acusação, da qual o acusador, atualmente um mero “investigado” pelo Conselho Deliberativo do Cruzeiro EC, por supostas irregularidades praticadas durante sua gestão no Clube, responderá oportunamente na justiça pelas aleivosias gratuitas e injustificadas.

Mas, o que mais surpreende, não são as acusações sem provas ou a inexistência de provocação que justificasse as ofensas, mas o fato de que a entrevista coletiva, que, ao que se sabe, deveria se servir unicamente para que o Sr. Bruno Vicintin pudesse explicar aos Conselheiros do Cruzeiro, aos seus milhões de torcedores, aos milhares de associados, à sociedade, ao Ministério Público e à imprensa, por que durante sua gestão à frente do Departamento de Futebol do Clube, deixou que o Cruzeiro se tornasse devedor de R$50milhões em processos da FIFA; por que onerou a folha de pagamento do futebol do clube de R$74milhoes por ano em 2011, para R$176milhões em 2016; por que permitiu que a Divida Geral do Clube partisse de R$120milhões em 2011, para absurdos R$363milhões em 2016; por que a dívida tributária parcelada (impostos não pagos), saltou de R$44milhões em 2011 para R$174milhões em 2016 (são todos dados públicos e constam nos Balanços divulgados pelo Clube). O que sua gestão fez com os R$93milhões recebidos como “luvas” do contrato de televisionamento, pagos ao clube em duas parcelas em dezembro/2016 e março/2017 (sem contar os valores pagos regularmente). Não há resposta, embora o mereçam o Cruzeiro, seu Conselho e sua torcida.

Pensei, ainda, que fosse explicar por que um único agente de jogadores conseguiu captar, durante seu período da sua gestão, aproximadamente 12 (doze) atletas do futebol de base, retirando do Clube o direito sobre seus jovens atletas, em notório prejuízo ao Clube, além de outros que serão apurados. Pensei, finalmente, que fosse explicar as estórias e as justificativas das contratações de atletas como Sanchez Mino, do Arrascaeta, do Pisano, Ezequiel e Eduardo, do Caicedo, Riascos, do Ábila, do Edmilson, da mesada do Paulo Bento... e tantos outros.  Os milhões e milhões despendidos... Houve provisão e orçamento para tamanho desperdício? Também sem resposta.

Se não explicou, como investigado que é, deixemos para o Conselho Deliberativo e para a Comissão de Ética do Clube a devida apuração, para que um dia, em breve, os Conselheiros, os associados e sua imensa torcida, possam fazer o justo julgamento. 

A verdade é que o Cruzeiro EC foi entregue às mãos de pessoa que tem demonstrado diariamente sua inabilidade e imaturidade, além de incapacidade de lidar com as adversidades, de assumir dignamente os atos que pratica, explicá-los para quem precisa ouvir. De maneira sorrateira e vil, utilizando-se de meio publico para ofender, compatível com aqueles que militam nas sombras, tudo leva a crer que renunciou à sua condição de senhor das decisões do Departamento de Futebol do Clube para não ter que explicar por seus atos, atribuindo somente ao Presidente do Clube, sozinho, o ônus de responder e explicar o desastre financeiro e administrativo que se encontra hoje o Cruzeiro EC. 

A entrevista, por tudo que consta, soa meramente oportunista, cujo único objetivo somente pode ser creditado a desviar o foco daquilo que realmente importa: as explicações. 

O Sr. Bruno Vicintin já teve sua oportunidade e saiu por que achou melhor.  No Cruzeiro não pode mais haver pessoas que se julgam proprietárias de cargos ou funções. Agora permita que o Cruzeiro avance.  Permita, enfim, que o Cruzeiro tenha tranquilidade para seguir em frente, com as pessoas que foram democraticamente escolhidas, seja ou não do seu agrado.

Com todas essas considerações, consigno que o momento agora deve ser de paz. O Clube merece e precisa de paz para, com nova diretoria, que não tem compromissos políticos, implementar um projeto novo, de reunificação, de reconstrução de um clube dilacerado administrativa e financeiramente. 

A tarefa da nova diretoria é árdua, senão gigantesca, mas digna do tamanho do nosso grande Cruzeiro Esporte Clube.

Itair Machado de Souza"

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