Justiça leiloará todos os bens do Villa Nova nesta quarta por dívidas trabalhistas do clube

Guilherme Guimarães
Hoje em Dia - Belo Horizonte
23/08/2016 às 17:34.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:31
 (Divulgação)

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O nome do Villa Nova tem tido mais destaque nas notícias jurídicas do que, propriamente, esportivas. Em mais um capítulo judicial, dos inúmeros já travados pelo clube nos últimos anos, o Leão pode perder todos os seus bens em leilão, marcado para esta quarta-feira (24), para quitar débitos trabalhistas com o lateral-direito Rodrigo Dias. O atleta, que defendeu o clube no ano de 2013, cobra, dentre outras coisas, salários atrasados e direitos de imagem não pagos quando vestiu o uniforme alvirrubro em causa que supera a casa dos R$ 60 mil.

Para arcar com essa dívida trabalhista, a Justiça marcou o leilão dos bens móveis e imóveis do Villa Nova. O pregão está divulgado na página de um grupo leiloeiro de Belo Horizonte e, de acordo com os cálculos do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 3ª região, o patrimônio do clube está avaliado em R$ 20 milhões. O lance mínimo para arremate é de R$ 50% do valor total dos bens.

Em contato com o Hoje em Dia, o presidente do Villa, Herchel Othero, garante estar tranquilo em relação aos processos trabalhistas e dívidas do Leão.

“Isso não nos preocupa. Tudo estava sendo resolvido e tínhamos detalhado um condomínio de credores, mas o juiz por arbitrariedade não levou em conta. Já fizemos nossa defesa e não seremos prejudicados. Confio no trabalho dos nossos advogados. Estamos tentando dar uma nova cara ao Villa Nova, fazer com que o clube tenha uma gestão mais profissional, sem os erros cometidos ao longo dos últimos anos”, disse Othero ao HD. 

Atualmente, o passivo trabalhista do Leão é de R$ 4.487.840,05, segundo documentos da Justiça do Trabalho aos quais a reportagem teve acesso. Apesar da possibilidade de perder todo o patrimônio do clube com ações judiciais, o advogado do Villa, Petrus Tancredo Naves, garante que o clube tem acordos firmados com a própria Justiça e que tudo será contornado.

“De fato, o juiz da Justiça do Trabalho entendeu que poderia fazer esse tipo de penhora e a fez. O leilão está marcado para amanhã (quarta-feira), mas já conseguimos em outra oportunidade vetar um arremate envolvendo outro imóvel pertencente ao clube, o parque áquatico. Acredito que dessa vez não será diferente. Em outra oportunidade conseguimos um acordo na própria Justiça do Trabalho envolvendo um condomínio de credores. Então está havendo conflito entre decisões da própria Justiça e é em relação a isso que iremos basear a nossa defesa, já que a decisão do juiz de Nova Lima é uma, e a do juiz responsável pela unificação das execuções, outra. Caso haja o arremate dos bens do Villa Nova, iremos recorrer”, garante em entrevista ao Hoje em Dia.

Recentemente, também por dívidas na Justiça, o Parque aquático do Villa Nova foi à leilão e arrematado por um empresário de Nova Lima por R$ 1,6 milhão. No entanto, como o clube recorreu e impediu judicialmente que o imóvel fosse repassado ao comprador, o dinheiro foi devolvido, de acordo com o próprio advogado do clube.  

A reportagem tentou contato com o advogado Lucas Ottoni, que defende o jogador Rodrigo Dias, mas ele não atendeu os chamados.

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