Luan Oliveira supera infância sofrida e vira aposta do skate brasileiro para 2020

Estadão Conteúdo
21/05/2018 às 09:34.
Atualizado em 03/11/2021 às 03:10
 (Reprodução/Instagram)

(Reprodução/Instagram)

O gaúcho Luan Oliveira é um dos grandes nomes do skate brasileiro. Ele é cotado não apenas para representar o País na estreia da modalidade nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020, como também para brigar por um lugar no pódio da competição. Quem vê o sucesso do atleta não imagina as dificuldades que ele passou na infância, quando foi abandonado pelos pais e criado pelos avós numa comunidade carente de Porto Alegre.

"Minha criação foi bem complicada no bairro do Partenon, pois minha mãe trabalhava bastante e meu pai não era muito presente em casa. Então eu acabei sendo criado pela minha avó, que infelizmente já morreu, porém tenho contato com meu avô, que ajudou a me criar também. Ele que meu deu um skate, aos 9 anos. Sempre foram liberais comigo e me apoiaram nas minhas escolhas", comentou, em entrevista ao Estado.

Luan aprendeu nas ruas a fazer suas manobras mais radicais e hoje, graças ao esporte, consegue ter um padrão de vida bem melhor. Com o dinheiro que ganha competindo, comprou até um apartamento com vista para o lugar pobre onde cresceu. "O mais marcante é que lembro, quando criança, de olhar da favela para fora e ver os aqueles prédios bonitos. Nunca imaginava que conseguiria sair dali. Hoje eu moro num prédio com vista para o lugar aonde me criei e tenho orgulho de ter vivido a minha infância lá. Sou grato à vida e ao skate por terem me proporcionado isso", disse.

Luan foi convocado recentemente para a seleção brasileira e integra a equipe de street ao lado de Kelvin Hoefler, Tiago Lemos e Felipe Gustavo. A Confederação Brasileira de Skate montou seus times de park também, todos com quatro atletas no masculino e no feminino. "Acho que todos nós temos vontade de representar o Brasil. E também quem não gostaria de ganhar uma medalha de ouro para o seu País? Isso seria demais, um orgulho enorme poder fazer isso acontecer."

No street, o skatista percorre um circuito fazendo manobras utilizando obstáculos como rampas, escadarias, corrimões e bancos, como costuma existir em grandes cidades. Luan sempre foi inovador, ganhou muita fama no meio, mas garante que não deixa o sucesso mudar seu estilo. "Eu sou o mesmo, sempre cumprimento todo mundo e converso com todos. Não sou melhor do que ninguém e nunca vou ser, então acho que às vezes isso acaba fazendo uma diferença e me respeitam", diz.

Em 2016 e 2017, Luan não teve desempenho muito bom, mas acredita em aprendizados e altos e baixos na carreira. Focado, ele espera continuar crescendo para, quem sabe, mostrar que é possível vencer pelo talento. "Eu me orgulho muito da pessoa que me tornei. É muito louco pensar que não tinha dinheiro para pegar o ônibus para ir andar de skate e hoje em dia eu consegui comprar meu apartamento e viver bem. Devo muito a várias pessoas, em especial ao Rafael Xavier, Cezar Gordo e meu avô Ronaldo. Sem eles, eu jamais estaria aqui."
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