Lucas Pratto 'come' a bola e Atlético vence o Racing na Libertadores

Frederico Ribeiro
fmachado@hojeemdia.com.br
04/05/2016 às 23:42.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:16
 (Bruno Cantini/Atlético)

(Bruno Cantini/Atlético)

Um vendaval de erros sopraria qualquer equipe da Copa Libertadores sem a menor misericórdia. Mas os poucos acertos do Atlético na noite desta quarta-feira (4) superaram as dificuldades coletivas do time e transformaram o Independência em uma caixa de alívio e alegria. Com raça, dificuldade e com um argentino superando 11 compatriotas, o Galo venceu o Racing por 2 a 1 e se classificou para as quartas de final da Libertadores.

A escalação do Atlético arrancou apreensão da torcida alvinegra. No entorno do Estádio, a presença do atacante Carlos entre os 11 titulares era uma surpresa, para muitos, desagradável. O técnico Diego Aguirre, entretanto, celebrou a escolha logo aos 15 minutos do primeiro tempo. Em boa jogada individual, Lucas Pratto provou que jogar fora da área é a sua especialidade. Cruzou praticamente da bandeirinha de escanteio e Carlos mandou a bola para dentro.

Explosão nas arquibancadas do Independência. A torcida iria empurrar o time para que o resultado permanecesse. Mas a euforia durou 5 minutos e teve as pernas cortadas no carrinho de Leandro Donizete. 

O volante deixou a cautela de lado e derrubou Lisandro López. O próprio camisa 9 do Racing, carrasco do Galo pelo Internacional, cobrou no ângulo e deixou o placar favorável aos argentinos.

A partir deste momento, a Academia deu uma lição de levar o jogo com paciência, anulando o poder do adversário. O símbolo da falta de potência alvinegra estava no dono da camisa 7. Robinho fez a pior partida pelo Galo. Errou passes, se confundiu no posicionamento já confuso de Aguirre (era um armador sem saber jogar de costas para o rival e lento no drible). 

O Racing se fechou, impediu qualquer movimentação perigosa do Galo pelas pontas e assustou o goleiro Victor por duas vezes no segundo tempo. Um jogo bom para os argentinos, incluindo o do alvinegro mineiro. Lucas Pratto deu uma aula de raça, determinação e combate. Além da assistência para Carlos, o atacante correu feito louco, marcou, abriu espaço e ainda mandou uma linda bola no 'v' do goleiro reserva Ibãnez. No rebote, Robinho falhou novamente, em uma cabeçada fraca.

O 1 a 1 se arrastava no segundo tempo e cada volta no relógio era uma uma batida mais veloz do coração atleticano. Entre momentos de unha roída e gritos de incentivo, a Massa torcia para o Galo sair da baixa qualidade técnica que cercava o time. Mas, se quase todos os jogadores de linha do time da casa estavam apagados, uma luz solitária foi capaz de iluminar o caminho da vitória. Lucas Pratto, em um raro gol de cabeça, aproveitou o cruzamento de falta de Rafael Carioca. Um gol merecido pela entrega do maior argentino do Independência.

  

Mas a justiça não existe dentro das quatro linhas. O heroismo é um papel volátil no futebol. O dono da bola falhou. Pratto voltou a desperdiçar um pênalti pelo Galo. Bateu sem a mesma convicção de antes. Era a chance de ouro para despachar um Racing que teimava em atacar em cima da dificuldade alvinegra em colocar a bola no chão.

A calma do Racing deu lugar à pressa. Buracos escancarados na defesa, porém, foram mal aproveitados pelo Galo. Junior Urso, por exemplo, teve outra bola para matar o jogo e, preciptadamente, mandou nas mãos do goleiro.

Mas os argentinos ficaram no quase, apenas. A defesa alvinegra se agigantou e o apito final chegou aos ouvidos atleticanos como uma corrida de Lucas Pratto para recuperar a bola na defesa: empolgação máxima.

FICHA TÉCNICA

ATLÉTICO 2 X 1 RACING

Atlético: Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Erazo e Douglas Santos; Rafael Carioca, Leandro Donizete (Clayton) e Junior Urso; Carlos (Hyuri), Robinho e Lucas Pratto - Técnico: Diego Aguirre.
Racing: Ibãnez; Pillud, Vittor, Sánchez e Grimi; Noir (Milito), Videla, Aued e Acuña (Pereyra); Romero (Gustavo Bou); Lisandro López
Gols: Carlos, aos 15 minutos; Lisandro López, aos 20 minutos do primeiro tempo e Lucas Pratto, aos 27 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Leandro Donizete e Rafael Carioca (CAM); Oscar Romero (RAC)
Cartões vermelhos:
Arbitragem: Daniel Fedorczuk, auxiliado por Mauricio Espinoza e Richard Trinidad. Trio do Uruguai.
Local: Independência

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