Ela se destaca desde as seleções de base. Mas foi nesta segunda temporada pelo Camponesa/Minas que deixou definitivamente de ser apenas uma promessa do vôlei nacional.
Aos 22 anos, Rosamaria Montibeller é a maior pontuadora da Superliga Feminina, com 249 bolas no chão, justificando a cada jogo a música entoada pela torcida mineira em sua homenagem: “A Rosa tá sensacional, na curta, na longa, na diagonal”.
A catarinense é o principal nome do Minas no returno da Superliga, tendo sido eleita inclusive três vezes a melhor jogadora em quadra no torneio, em um time de estrelas como Jaqueline, Léia, Carol Gattaz e Destinee Hooker. E teve ainda participação fundamental na classificação da equipe para a semifinal da Copa Brasil.
O rendimento pode até ser considerado surpreendente, pois estas são as primeiras competições adultas que Rosamaria disputa desempenhando a função de ponteira.
“Já pensava nisso antes, pois não tenho muita altura para jogar, até em nível internacional, como oposta. Em termos de Seleção Brasileira, por exemplo, acho que posso ter mais chances como ponta”, avalia a atleta de 1,84m, que em dezembro ganhou a concorrência da oposta norte-americana, de 1,92 m.
Opção para os próximos ciclos olímpicos, Rosamaria já acumula experiências como a prata nos Jogos Pan-Americanos com a “Seleção B” e o ouro no Campeonato Mundial Sub-23, quando foi eleita a melhor oposta (ambos em 2015). No ano passado, a atleta representou novamente a equipe alternativa nacional no Torneio de Montreux, na Suíça. A jogadora, porém, mostra maturidade e não se ilude com a ótima fase (leia a entrevista abaixo).
O Camponesa/Minas volta a quadra nesta sexta-feira (27), às 22h. O desafio será contra o Osasco/Nestlé, pela semifinal da Copa Brasil, em Campinas (SP).
Jogadora do Camponesa/Minas foi eleita melhor oposta na campanha do ouro no Mundial Sub-23
ENTREVISTA: ROSAMARIA MONTIBELLER
Qual foi a influência da disputa do Torneio de Montreux para a sua evolução nesta temporada?
Essa ida à Suíça foi super importante, porque nós disputamos um campeonato adulto, mesmo indo com a “Seleção B”. Serviu muito para avaliar o nosso nível, ver o quanto a gente teria que evoluir para jogar bem também em nível internacional. Foi uma experiência ótima. Além disso, nós treinamos no CT de Saquarema e, embora não fosse junto com a equipe principal que disputou a Olimpíada do Rio, pudemos conviver e acompanhar o trabalho delas.
Se sente pronta para participar deste ciclo olímpico? Isso está nos seus planos?
Tem que estar, né? Para toda atleta, o auge é chegar à Seleção. Trabalho muito para render o meu melhor no clube, e se o treinador julgar que é suficiente, que posso representar bem o Brasil, ótimo. Assim espero (risos). Vou ter a consciência tranquila se souber que me esforcei ao máximo, e se o meu melhor for bom para a Seleção, ficarei muito feliz.
Além do aspecto técnico, como explica essa boa fase no Minas?
Acho que tem todo um conjunto. Eu sou muito feliz aqui, tanto no Minas quanto em Belo Horizonte. Gosto muito de estar aqui, fiz muitos amigos na cidade e não tenho um “a” para reclamar do clube. Tudo isso influencia, é um diferencial. Não que no ano passado eu estivesse infeliz, mas não soube lidar com algumas dificuldades, tive lesões... Neste ano, minha mente está mais positiva.
Em um ano, você foi de 10 mil para mais de 50 mil seguidores nas redes sociais. Como é a sua relação com esses fãs?
Como quase tudo, tem o lado bom e o ruim. E eu tenho 50 mil seguidores, imagina os jogadores de futebol, coitados (risos)? É um pouco difícil lidar, porque recebo tanto mensagens positivas quanto negativas. O segredo é não deixar a crítica te abater nem o elogio pirar a sua cabeça. Eu leio e respondo as mensagens dos fãs na medida do possível, porque recebo muito carinho também. É um amor muito grande da torcida, então tento retribuir essa energia.