Ary Graça promete se licenciar da CBV e vê renovações encaminhadas

Gazeta Press
28/09/2012 às 18:49.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:40
 (AFP)

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Eleito o novo presidente da Federação Internacional de Voleibol (FIVB) há exatamente uma semana, Ary Graça avisou que a princípio se licenciará da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) e da Confederação Sul-americana de Voleibol (CSV). O distanciamento, contudo, não impede o dirigente de costurar as renovações de Bernardinho e José Roberto Guimarães, técnicos da Seleção Brasileira masculina e feminina, respectivamente.

"A (renovação) do Bernardinho está bem encaminhada. Já o Zé é mais difícil, ele não gosta de mim porque nunca me venceu enquanto fomos jogadores. Brincadeira, ele acabou de me ligar. Seria maluco se dispensasse um tricampeão olímpico. Ele está mantido e já está convidado para renovar, mas ainda precisamos conversar com calma", disse Ary ao Sportv.

"Devemos julgar a pessoa por sua competência e desempenho e não pelo tempo em que está no cargo. No futebol, se diz que em time que está ganhando não se mexe. O Bernardinho é um gênio e não é porque está há muito tempo no cargo que vou tirá-lo, porque tem que mexer, tem que mudar. Enquanto ele estiver criando esse clima de disciplina, enquanto for fanático, um estudioso do esporte, respeitado pelo mundo todo, tudo vai continuar como está", elogiou o treinador medalha de prata nos Jogos de Londres. 

O dirigente ainda aceitou comentar as rusgas existentes entre os treinadores. "São dois técnicos extraordinários e não quero me envolver no relacionamento deles. Não posso obrigar um a gostar do outro, mas posso assegurar que o relacionamento deles em Saquarema (CT da Seleção Brasileira) é absolutamente profissional, com um clima ameno e de bem-estar".

A renovação dos comandantes do Brasil pode ser comandada por outro dirigente, já que Ary Graça pretende se licenciar da CBV a fim de conseguir total dedicação à FIVB, pelo menos inicialmente. "Num primeiro momento, vou me licenciar dos demais cargos na medida que tenho um trabalho muito grande na FIVB, que tem um modelo arcaico de gestão. Quero acelerar as coisas para que as pessoas me entendam rapidamente", planejou.

Entre as medidas que Ary Graça pretende tomar à frente da entidade máxima do voleibol durante os quatro anos de seu mandato são: descentralizar o esporte para regiões como a África e alguns países da Ásia e da América do Sul; alterar regras da modalide - aumentar o tamanha da quadra do vôlei de praia para assemelhá-lo ao indoor -; e implantar tecnologia a fim de acabar com os erros de arbitragem.

"Estou encarando isso (a presidência da FIVB) mais como uma obrigação de mostrar a qualidade do Brasil para o mundo do que para tirar proveito disso para o País. Nesse momento, a única coisa que o Brasil ganha com a minha vitória nas eleições é o reconhecimento, porque aqui já é o centro do esporte. Somos os melhores do mundo", analisou Ary Graça.

Admirado com o crescimento do interesse público sobre o vôlei - chegou a dizer "no Brasil, o vôlei é o primeiro esporte do povo a medida que o futebol é religião -, o dirigente ainda revindicará mudanças junto ao Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio-2016 (Locog) mudanças para o evento do Rio de Janeiro. "O vôlei explodiu, é um sucesso absoluto, vou pedir para que tenham 32 seleções em 2016 em vez de 24. Até para incluir outros centros no torneio", opinou, reiterando sua meta de descentralização.

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