Mais que o número 10, Neymar carrega nas costas obrigações e cobranças na Seleção

Alexandre Simões
asimoes@hojeemdia.com.br
30/08/2016 às 21:13.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:37
 (Pedro Martins / MoWA Press)

(Pedro Martins / MoWA Press)

A pressão acompanha Neymar cada vez que ele veste a camisa 10 da Seleção. E menos de duas semanas depois do protagonismo na conquista da inédita medalha de ouro olímpica, ele estará novamente no centro das atenções no jogo entre Equador e Brasil, nesta quinta-feira (1º), às 18h (de Brasília), no Estádio Olímpico Atahualpa, em Quito.

Válido pela sétima rodada das Eliminatórias Sul-americanas para a Copa do Mundo de 2018, o jogo marca a estreia do técnico Tite, substituto de Dunga. E para que o novo comandante tenha sucesso no desafio de garantir o Brasil no Mundial da Rússia, dependerá muito de uma nova história do seu principal jogador nas partidas contra nossos vizinhos.

Diante de sul-americanos, Neymar tem o pior desempenho numa comparação com as seleções de todas as demais confederações da Fifa. Com apenas dez gols em 26 jogos, a média de 0,38 é bem inferior à geral, de 0,65 (veja o gráfico abaixo).

Além da baixa média de gols, os encontros de Neymar com os sul-americanos são marcados por violência e provocações. O episódio mais lembrado é a entrada do colombiano Zúñiga, nas quartas de final da Copa de 2014, que provocou a fratura de uma das vértebras e tirou o camisa 10 da reta final do Mundial.

Punição

Se é vítima da violência, o atacante é também protagonista na catimba. Suas reações o tiraram até agora da metade das partidas do Brasil nas Eliminatórias por suspensão.

Nas duas primeiras, a derrota de 2 a 0 para o Chile, em Santiago, e a vitória de 3 a 1 sobre a Venezuela, em Fortaleza, ele terminava de cumprir suspensão por uma expulsão na Copa América.

Depois, nos 2 a 2 com o Paraguai, em Assunção, na última partida do Brasil pelas Eliminatórias, ele cumpriu suspensão pelo segundo cartão amarelo, mesmo estando em campo só três vezes na competição.

Tite fala sobre pedido de Neymar para não ser mais capitão:

Artilharia

Aos 24 anos, Neymar é o quinto maior artilheiro da Seleção, com 46 gols, apenas dois a menos que Zico. Depois do ídolo flamenguista, que deve ser ultrapassado ainda neste ano, pois a Seleção joga mais seis vezes em 2016, aparecem na lista Romário (55), Ronaldo (62) e Pelé (77).

Superar os três primeiros é o grande desafio de Neymar. Pela pouca idade e alta média, nem pode ser considerada uma tarefa impossível. O problema é que para fazer história com a camisa da Seleção, não bastarão apenas gols para o jovem.

Os três primeiros colocados da lista em que ele busca a liderança têm no currículo o papel de protagonista na conquista de uma Copa do Mundo. Neste ponto, Neymar ainda engatinha. E seu desafio é ajudar Tite a colocar a Seleção no próximo Mundial, pois a classificação está em risco.

Se o Brasil não for à Rússia, ficando pela primeira vez em sua história de fora da Copa do Mundo, não haverão gols e medalhas de ouro que absolvam o atual camisa 10.

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