Ucrânia

Conheça a história dos quatro jogadores mineiros que disputam o Campeonato Ucraniano

Lucas Borges
@lucaslborges91
24/02/2022 às 18:07.
Atualizado em 24/02/2022 às 18:14
Meia Talles Brenner, do Rukh Vynnyky, e atacante Guilherme Smith, do Zorya Lugansk (Divulgação)

Meia Talles Brenner, do Rukh Vynnyky, e atacante Guilherme Smith, do Zorya Lugansk (Divulgação)

A invasão da Rússia à Ucrânia, iniciada na madrugada desta quinta-feira (24), tem gerado momentos de tensão para os 30 jogadores brasileiros que disputam a primeira divisão do Campeonato Ucraniano.

Desse grupo, quatro nasceram em Minas Gerais: Fernando (Shakthar Donetsk), Guilherme Smith (Zorya Lugansk), Juninho (Zorya Lugansk) e Talles Brenner (Rukh Vynnyky).

Nenhum deles é muito conhecido em Minas, por não terem atuado nos principais clubes do estado.

Em comum, todos se manifestaram nas últimas horas, pedindo ajuda para deixar a Ucrânia.

Fernando

Aos 22 anos, o atacante Fernando é natural de Belo Horizonte, e foi formado nas categorias de base do Palmeiras.

Em 2018, ainda com idade para atuar pelo time sub-20 e com poucas partidas pela equipe principal do Verdão, foi negociado com o Shakthar Donetsk,

Uma das potências do país, o Shakthar é conhecido por contar com vários brasileiros no elenco desde a década passada.

Uma história curiosa em relação a Fernando, é que nos primeiros passos na carreira, o jogador conciliava os treinamentos e jogos na Associação Mineira de Desenvolvimento Humano (AMDH) - projeto social voltado a descobrir talentos – com o trabalho de vender lanches junto com o pai na porta do Mineirão.

Em 2016, após uma competição na capital mineira, chamou a atenção de vários clubes brasileiros e acabou fechando com o Palmeiras.

Em relação à situação de momento, Fernando está em um hotel em Kiev, capital da Ucrânia, com cerca de outros 20 brasileiros, na expectativa de deixar o país.

Na última quinta, membros do grupo, incluindo o próprio Fernando, publicou um vídeo nas redes sociais (veja abaixo) pedindo ajuda à embaixada brasileira, alegando que a falta de combustíveis e a fuga de milhares de pessoas do conflito impediram que eles conseguissem sair da Ucrânia.

Guilherme Smith

Com apenas 18 anos, o atacante Guilherme Smith, é natural Juiz de Fora, na Zona da Mata.

Destaque nas categorias de base do Botafogo, o jogador foi negociado com o Zorya Lugansk em maio de 2021.

Na última quinta, o jogador, foi às redes sociais relatar o desespero vivido pela família e amigos em meio à tensão militar no país europeu. Na gravação, ele conta sobre as limitações enfrentadas em Luhansk, onde mora, e pede ajuda para o governo brasileiro.

“Estamos aqui passando por uma situação difícil, e pedimos ajuda de vocês para compartilhar esse vídeo, para que o governo brasileiro possa nos ajudar”, conta Smith.

Lateral-esquerdo Juninho, do Zorya Lugansk, e atacante Fernando, do Shakthar Donetsk (Divulgação)

Lateral-esquerdo Juninho, do Zorya Lugansk, e atacante Fernando, do Shakthar Donetsk (Divulgação)

Juninho

Quem aparece no vídeo ao lado de Guilherme Smith é o lateral-esquerdo Juninho, nascido em Santana de Cataguases, também na Zona da Mata.

Com 26 anos, o jogador iniciou a carreira no Metropolitano-SC, e passou por Tupi e Salgueiro-PE antes de rumar para o futebol europeu.

No velho continente, atuou por Makedonija e pelo Vardar, ambos da Macedônia do Norte, antes de chegar ao Zorya Lugansk, em 2020.

O outro jogador que aparece na gravação com Juninho e Guilherme é o atacante gaúcho Cristian.

Talles Brenner

Jogador do Rukh Vynnyky, o meio-campo Talles Brenner nasceu em Divinópolis, região Centro-Oeste de Minas.

Com 23 anos, Talles é outro que nunca atuou por times mineiros, sendo formado nas bases de Inter de Limeira-SP e Fluminense.

Após deixar o Tricolor Carioca, passou por Mirassol-SP, Noroeste-SP e Vila Nova-GO antes de chegar ao futebol ucraniano, onde atuou ainda pelo Olimpik Donetsk, antes de chegar ao seu atual time, no ano passado.

Em entrevista à BBC, o meio-campista disse que está em seu apartamento em Lviv, no Oeste da Ucrânia, cidade-sede do Rukh Vynnyky.

Apreensivo, Brenner afirmou que a orientação do clube é de que ele permanecesse em casa e aguardasse.

No entanto, o jogador já pensa em uma alternativa para deixar o país.

"A nossa solução é ir para a Polônia, que fica há seis horas de distância de carro. Estamos preparando algumas coisas, porque não dá para sair e ir para a Polônia de vez sem saber como fica nossa situação. Aqui está mais tranquilo do que em Kiev, eu imagino. Compramos os mantimentos e vamos esperar. Eu não tenho carro aqui, então, teria que correr atrás para alugar um ou pegar um com o clube”, disse à BBC.

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