Entrevista

'Sou um cara bem pé no chão’, afirma Gui Santos, único brasileiro a jogar a NBA nesta temporada

Jovem de 21 anos, que iniciou a carreira nas categorias de base do Minas Tênis Clube, fala sobre a relação com os astros da liga profissional e avisa: o “temido” Golden State Warriors está de volta

Angel Drumond
esportes@hojeemdia.com.b
18/03/2024 às 07:30.
Atualizado em 18/03/2024 às 07:48
 (Reprodução Instagram)

(Reprodução Instagram)

O ala Gui Santos, do Golden State Warriors (GSW), é o único brasileiro a disputar a temporada 23/24 pela NBA, a liga oficial americana de basquete masculino. O jovem, de 21 anos, iniciou a carreira nas categorias de base do Minas Tênis Clube. Natural de Brasília (DF), chegou ao time mineiro em 2018, aos 15 anos, e ficou até 2022, já como atleta profissional.

Como minastenista, Gui Santos foi campeão sul-americano pela Seleção Brasileira Sub-17, em 2019. Aos 18 anos, teve a primeira convocação para a seleção principal para disputar as Eliminatórias da Copa América em 2020.
 
Em novembro de 2022, o ala integrou a equipe do GSW, sendo selecionado na 55ª posição do Draft. Pelo clube, ele disputou a Summer League, um torneio preparatório para a temporada. Depois, o jogador passou pelo Santa Cruz Warriors, equipe afiliada ao Golden State na G-League, uma espécie de série B da da liga profissional americana.

Em 16 de novembro de 2023, o time de San Francisco não fazia uma boa campanha na NBA, e por isso buscou melhorar o desempenho convocando o ala brasileiro para integrar a equipe. Neste dia, aconteceu a estreia do atleta com a camisa do Golden State. O time perdeu para o Thunder, um dos melhores times desta temporada, mas a sensação de jogar ao lado de tantos astros jamais vai se apagar.

Filho de ex-atletas, Gui Santos contou um pouco da sua paixão pelo basquete à reportagem do Hoje em Dia. Na entrevista, o atleta fala sobre a relação com os astros do Golden State Warriors e com os pais, que já foram atletas, e das ambições na disputa pela NBA.

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Qual a sensação de disputar um campeonato como a NBA, recheada de super astros que jogam o mais alto nível do basquete?

A sensação de jogar na NBA é muito legal, é um sonho. A gente está ao lado de grandes nomes como, no caso aqui da minha equipe, Stephen Curry, Klay Thompson, Greymond Green, Chris Paul. Todos esses atletas serão do Hall da Fama com certeza quando pararem de jogar. Mas você ver de perto Lebron James, Kevin Durant, e todos os astros da NBA, é uma coisa que você fala “caraca”, é um absurdo, porque eles realmente nasceram para fazer aquilo. Sair do Brasil para estar fazendo parte disso e perceber que os companheiros enxergam o seu potencial é realmente muito legal. 

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Você joga em um time que conta com dois atletas muito admirados no mundo todo: Stephen Curry e Klay Thompson, entre outros. Qual o tamanho desta responsabilidade?

Jogar em um time com Stephen Curry e Klay Thompson é muito fácil, na real. São atletas que criam os próprios arremessos. Ou seja, a gente tem que estar lá para facilitar para eles. Até porque muitas vezes você precisa se posicionar e estar lá para fazer um bloqueio. É até engraçado, porque o pessoal fala que o (Stephen) Curry não para de correr no ataque e passa pelos bloqueios, mas é isso que ele precisa, que o defensor dele fique um segundo atrasado, suficiente para ele chutar e acertar. Então isso é muito fácil, é só deixar eles livres para fazerem os pontos para o nosso time. 

A campanha desta temporada não é das melhores. O Golden State Warriors, quatro vezes campeão do maior torneio de basquete do mundo nos últimos 10 anos, hoje está na 10ª posição da conferência leste, o que lhe garante uma vaga no play-in, um mini torneio que leva os últimos classificados para os playoffs. Por que este ano o time ainda não se firmou na competição?

Eu acho que o time vem se firmando bem nos últimos jogos, ganhamos 12 ou 13 dos últimos 15 jogos, ou seja, nos encontramos no campeonato. Antes estava um pouco complicado devido à falta de alguns jogadores, seja por contusão ou qualquer outro problema, mas agora estão todos saudáveis, todo mundo bem, todos sabendo seu papel dentro de quadra e isso deu uma facilitada sobre o que a gente pode fazer até o fim da temporada. 

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Qual a ambição do Gui Santos, único jogador brasileiro a disputar a NBA, para esta temporada? 

Quero mostrar que o Golden State Warriors, aquele time que todos têm medo, está de volta. Ninguém gostaria de enfrentar o nosso time nos playoffs, justamente pelo nosso encaixe, que vem melhorando cada vez mais e os jogadores mostrando todo o potencial. 

Os seus pais foram jogadores de basquete. Qual o sentimento deles ao enxergar o filho em um dos maiores times do mundo? 

Meu pai jogou profissionalmente por quase 20 anos. Minha mãe jogou um tempo, mas parou para acompanhar a carreira do meu pai. E eu sou um cara bem pé no chão justamente por causa deles, que me ajudaram muito com relação a isso. Toda vez que entrei no draft e fui draftado, eles pediam que eu não me iludisse, pois aquilo era só o início. Isso vale também para a assinatura do contrato, para o começo das minhas apresentações no time, e tudo que vou passar daqui pra frente. 

E qual o tamanho da ajuda deles na sua carreira?

Então, eles me ajudaram a não me iludir com todo o início da minha trajetória no basquete. O recado do meu pai foi sempre jogar com inteligência, pois eu sei o que realmente o time vai querer de mim. Eles são os pilares para chegar onde eu cheguei.

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