Mano Menezes e Cruzeiro se reencontram em busca da felicidade

Frederico Ribeiro e Alexandre Simões
esportes@hojeemdia.com.br
27/07/2016 às 20:22.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:02
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

A volta de Mano Menezes à Toca II tem como melhor definição o ditado “juntar a fome com a vontade de comer”. O treinador, desde que deixou o Corinthians, em 2010, para dirigir a Seleção Brasileira, nunca conseguiu um retorno parecido com o alcançado no Cruzeiro no ano passado. Já o clube, depois do desmanche promovido pela diretoria após o bicampeonato brasileiro, em 2013 e 2014, só empolgou a sua torcida no período em que teve o gaúcho no comando.

As histórias de Mano Menezes e Cruzeiro voltam a se cruzar após o treinador amargar uma passagem sem brilho pelo Shandong Luneng, da China, e o clube viver a pior temporada da sua história recente, com Deivid e Paulo Bento fracassando.

“O Mano é um sonho da torcida do Cruzeiro e um desejo da diretoria. A gente não podia continuar com o treinador (Paulo Bento) porque os resultados não estavam vindo. A gente, embora faça projeto de longo prazo, não tem como manter quando os resultados não aparecem. Com a rejeição da torcida do Cruzeiro, não poderíamos manter o técnico por mais tempo”, afirma o presidente Gilvan de Pinho Tavares, que fez a apresentação de Mano Menezes na Toca II.

Experiência

E Mano sabe bem, nestes últimos anos, que quando o resultado não vem o treinador tem trabalhos abreviados. Após assumir a Seleção Brasileira em 2010, após o Mundial da África do Sul, no lugar de Dunga, com a Copa de 2014 como objetivo maior, fracassou na Copa América de 2011, na Argentina, e perdeu o ouro olímpico em 2012, em Londres. E entrou 2013 desempregado, com Luiz Felipe Scolari na sua vaga.

Passou pelo Flamengo, ainda em 2013, mas ficou apenas três meses no clube e pediu demissão. No ano seguinte, passou toda a temporada no Corinthians, classificou o time para a Libertadores 2015, mas deixou o comando e as portas fechadas.
Este ano, com ida de Tite para a Seleção, o presidente Roberto de Andrade afirmou, perguntado sobre Mano como substituto: “Mano Menezes não vem trabalhar comigo aqui, não quero, não é o perfil que eu gosto”.

“Não me sinto como alguém que vai chegar e dar um passe de mágica para resolver a situação”Mano Menezes, técnico do Cruzeiro

Depois de oito meses sem trabalhar, período que aproveitou para estudar e fazer um curso de treinadores da Uefa, em Portugal, Mano Menezes chegou ao Cruzeiro em setembro do ano passado. Não só salvou o time do rebaixamento como quase o levou à Libertadores. E conquistou a confiança e idolatria do torcedor cruzeirense, algo que não experimentava desde a década passada, nos seus tempos de Corinthians, entre 2008 e 2010.

E Mano chega para a o novo desafio carregado de confiança. “Assisti aos seis últimos jogos do Cruzeiro. Pequenos ajustes de estratégia, na parte defensiva e podemos colher a curto prazo resultados melhores do que a equipe vem apresentando. Em termos de criação, está boa. Acredito na capacidade desses jogadores”, garante o técnico, que tem contrato até dezembro de 2017.

Sofrimento

A partir do ano passado, o Cruzeiro não conseguiu chegar à decisão do Estadual e viveu péssimos momentos com Marcelo Oliveira, Vanderlei Luxemburgo, Deivid e Paulo Bento.
Brilho, só com Mano Menezes, que dirigiu o time em 16 jogos no Campeonato Brasileiro de 2015, com oito vitórias, seis empates e duas derrotas.

Tudo o que a China Azul espera é que o casamento reatado ontem dê certo. E que seja duradouro, ao contrário do ano passado, quando Mano foi seduzido por uma proposta milionária dos chineses.

“Pelos próximos sete anos estou satisfeito com os milhões que ganhei lá (China)”, afirma o treinador, que tem como desafio dar alegria ao cruzeirense, que já está cansando de tristeza.

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