(Flávio Tavares/Hoje em Dia)
Mano Menezes chegou à Sala de Imprensa da Toca da Raposa II na tarde desta quarta-feira (27) para ser apresentado oficialmente como novo técnico do Cruzeiro. Durante quase 30 minutos, ficou em silêncio. Enquanto escutava o presidente Gilvan de Pinho Tavares fazer as "honras da casa", o olho do técnico rodava cada centímetro do lugar. A Sala não mudou, tampouco o contexto de sua chegada. Após seis meses no futebol chinês no comando do Shandong Luneng, o técnico gaúcho volta para terminar a história escrita e abruptadamente interrompida em dezembro de 2015.
A missão na China era sair da zona de rebaixamento. Não deu certo e ele foi sacado na Ásia. Agora, volta a Belo Horizonte com o mesmo objetivo: tirar a Raposa da vice-lanterna do Campeonato Brasileiro. "Assisti aos seis últimos jogos do Cruzeiro. Pequenos ajustes de estratégia, na parte defensiva e podemos colher a curto prazo resultados melhores do que a equipe vem apresentando. Em termos de criação, está boa. Acredito na capacidade desses jogadores", afimou o técnico, com contrato até dezembro de 2017.
Mais velho, barburdo, escolhendo as palavras minuciosamente, falando sério e fazendo brincadeira, Mano chegou ao Cruzeiro confiante em fazer uma equipe competitiva. Elogiou o elenco, acredita que ele é mais encorpado do que o grupo comandado no ano passado. No horizonte, vislumbra repetir o aproveitamento de 62,5% de aproveitamento na reta final de 2015, quando venceu 8 jogos, empatou seis e perdeu apenas duas vezes.
"Quando cheguei no ano passado, o Cruzeiro não estava na zona de rebaixamento. Mas já estavamos no segundo turno, chego mais cedo agora. São pequenas diferenças. Não me sinto como alguém que vai chegar e dar um passe de mágica para resolver a situação. O treinador é uma peça dessa engrenagem, é muito importante, mas é apenas uma peça", completou Mano Menezes, que promete não ser seduzido pelas cifras milionárias de mercados emergentes e ficar um bom tempo na Toca da Raposa: "Pelos próximos sete anos estou satisfeito com os milhões que ganhei lá".