Marcas registradas no Rio se aproximam das de atletas sem limitações

Rodrigo Gini
rgini@hojeemdia.com.br
13/09/2016 às 11:26.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:48
 (YASUYOSHI CHIBA/afp)

(YASUYOSHI CHIBA/afp)

Quando se fala nos Jogos Paralímpicos, a primeira coisa que vem à mente são adaptações nas regras das modalidades, concessões para favorecer a participação dos portadores de deficiência ou tempos bem mais altos na comparação com os atletas sem qualquer tipo de limitação.

O que as disputas no Rio têm mostrado, no entanto, é que a fronteira está cada vez mais tênue. E que é cada vez mais adequado deixar de lado uma simples letrinha para falar em eficiência. Não são poucos os exemplos de atletas que teriam feito bonito também se competissem três semanas antes, na Olimpíada.

O caso mais emblemático é o da final masculina dos 1.500m rasos categoria T13 (deficiência visual moderada/média).

Os quatro primeiros colocados correram abaixo da marca do campeão olímpico (3min50s00), o norte-americano Matthew Centrowitz, na mesma pista do Estádio Nilton Santos – o argelino Abdellatif Baka levou o ouro com 3min48s29; o etíope Tamiru Demisse ficou com a prata (3min48s49) e o queniano Henry Kirwa foi bronze (3min49s59).

Na categoria T12, a marca que valeu à cubana Omara Durand o ouro paralímpico (11s40) nos 100m rasos a teria deixado fora da semifinal olímpica por um centésimo de segundo – seria um honroso 25º lugar entre as mais de 60 inscritas.

Ontem, nas classificatórias dos 200m rasos, ela voltou a impressionar com 23s05, apenas 11 centésimos de segundo acima de um posto entre as 24 melhores velocistas olímpicas.

E se correr os 100m rasos abaixo dos 10 segundos é tarefa para poucos, completar a distância em 10s57 com uma atrofia significativa no braço direito é um resultado gigantesco – basta dizer que o recorde mundial do paraibano Petrúcio dos Santos na classe T45/46/47 lhe daria a chance de lutar por vaga na final do último Troféu Brasil.

Na água

A situação se repete na piscina do Parque Aquático. O recorde mundial do bielorrusso Ihar Boki nos 100m borboleta S13 (53s85) foi apenas 0s85 superior ao tempo conseguido por seu compatriota Pavel Sankovich nas eliminatórias olímpicas e o deixaria à frente de 10 atletas.

A canadense Aurélie Rivard, ouro nos 50m livre S13, também não faria feio com seus 27s37 (superaria 34 rivais nas classificatórias dos Jogos Olímpicos).

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