Você provavelmente ainda estará dormindo às 5h deste domingo. Enquanto isso, do outro lado do planeta, o atacante Ricardo Goulart terá um desafio de tirar o sono: classificar o Guangzhou Evergrande para a semifinal do Mundial de Clubes da Fifa, contra o temido Barcelona.

Eleito melhor jogador da Ásia nesta temporada, o ex-atleta do Cruzeiro é a principal esperança de gols do time chinês diante do América do México, pelas quartas de final. Mais do que a vaga na próxima fase, porém, estará em jogo para Goulart a oportunidade de ser observado pelo técnico Dunga.

Assim como Diego Tardelli e Éverton Ribeiro, o camisa 11 deixou o sucesso no futebol mineiro para desbravar o Oriente. Nos novos mercados, o trio tinha consciência de que poderia ser esquecido na Seleção. Mas, apesar de ter sido o mais bem-sucedido na mudança, Goulart foi o único dos três a não ganhar mais chances no time nacional.

"Meu pensamento é fazer um bom trabalho no Guangzhou, como todos os jogadores procuram fazer em seus respectivos clubes. A Seleção será uma consequência. O Mundial é a prova de que, atualmente, no futebol, todos têm acesso e podem ser vistos, independentemente de onde estiverem", afirmou o artilheiro em entrevista ao Hoje em Dia, negando ainda qualquer restrição de Dunga contra os "asiáticos".

"Não vi ninguém falando sobre essa decisão (de não convocar jogadores atuando em mercados emergentes). Sempre ouço o Dunga falar que está vendo todos os jogadores e que todos podem chegar à Seleção Brasileira", amenizou o ex-cruzeirense.

Goulart foi convocado duas vezes para amistosos, ambas quando ainda defendia a Raposa, em 2014. Após a segunda chamada, no entanto, acabou se lesionando na Toca II e dando lugar ao experiente Kaká. Na primeira participação, ele atuou durante 46 minutos na vitória por 1 a 0 sobre o Equador, saindo do banco de reservas.

Apesar do bom rendimento na temporada chinesa, Goulart não foi selecionado para a delegação que representou o Brasil na Copa América de 2015. Tardelli e Ribeiro, por outro lado, foram levados para o Chile.

Nas convocações mais recentes, Dunga deu a entender que a exigência seria, sim, maior para os atletas que disputam ligas de menor nível técnico. "A gente vai observar, e os torcedores serão críticos. Terá mais cobrança quando chegarem à Seleção. A condição técnica desses jogadores nós já conhecemos, então a observação vai ser mais na parte física e na competitividade", havia dito o treinador pouco antes da convocação para a Copa América.

FICHA TÉCNICA

Local: Estádio Osaka Nagai, em Osaka (Japão)
Data: 13 de dezembro (domingo)
Horário: 5h (de Brasília)
Árbitro: Jonas Eriksson (Suécia)

AMÉRICA: Moisés Muñoz; Pablo Goltz, Erik Pimentel, Pablo Aguilar e Miguel Samudio; Paul Aguilar, Rubens Sambueza, Osvaldo Martínez e Michael Arroyo; Darío Benedetto e Oribe Peralta
Técnico: Ignacio Ambriz

GUANGZHOU: Zeng Cheng; Zhang Linpeng, Feng Xiaoting, Kim Younggwon e Zou Zheng; Zheng Long, Paulinho, Zheng Zi, Elkeson e Ricardo Goulart; Robinho
Técnico: Luiz Felipe Scolari

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