Mesmo com valor abaixo do esperado, patrocínios superam os de 2015

Frederico Ribeiro - Hoje em Dia
20/01/2016 às 07:36.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:05
 (José Cruz)

(José Cruz)

O maior patrocinador do futebol brasileiro chegou a Minas Gerais, mas com o bolso um pouco mais vazio do que se imaginava. Em solenidade realizada na capital federal, as diretorias de Atlético e Cruzeiro assinaram contrato de um ano com a Caixa Econômica Federal. Cada clube ganhará R$ 12,5 milhões pela exposição da marca do banco. A expectativa, no entanto, era a de que os valores divulgados pelo “Diário Oficial da União” fossem superiores em R$ 1 milhão para cada clube.

O fechamento da negociação, porém, não tirou a satisfação dos mandatários Daniel Nepomuceno e Gilvan de Pinho Tavares, presentes no evento ao lado da presidente Dilma Rousseff. Afinal, o acordo, de qualquer forma, aumentará as receitas dos rivais, que tinham “empresas amigas” como antigas parceiras.

Da MRV Engenharia, por exemplo, o alvinegro recebia R$ 11,5 milhões anuais, com contrato de duas temporadas (R$ 23 milhões no total). O clube celeste, por sua vez, abateu uma dívida de R$ 4 milhões com o Supermercados BH para estampar a marca em espaço nobre.

A construtora e a rede de varejo continuarão como parceiras comerciais dos gigantes mineiros. Ambas, porém, estamparão suas logomarcas em locais de menor visibilidade no uniforme: abaixo dos números nas costas.

No caso da MRV, havia uma flexibilidade no contrato. Com o deslocamento da marca, os valores devem cair pela metade. Assim, o Galo aumenta o número de parceiros, ganhando cerca de R$ 5,5 milhões a mais em relação a 2015, sem contar com a chegada da Dry World, nova fornecedora de material, no lugar da Puma. Vale lembrar que o clube perdeu o contrato com a Cemil, empresa de laticínios que pagava R$ 1,2 milhão por temporada.

“Já temos grandes parceiros, e a Caixa veio para agregar mais valores ao Atlético. No ano passado, nós fomos o primeiro clube a aderir ao Profut, conseguimos a nossa Certidão Negativa de Débitos, e esse acordo com a Caixa é mais um gol do clube”, comemora Nepomuceno.

Na Toca da Raposa II, a expectativa é que mais um novo patrocinador seja estampado no uniforme celeste ainda em janeiro. Assim, o Cruzeiro teria dez parceiros comerciais, contando a fornecedora de material esportivo Penalty. Com a somatória, a Raposa prevê uma arrecadação recorde em sua história.

“A Caixa irá se juntar a outros parceiros que já estavam no nosso uniforme e decidiram permanecer na camisa do clube, em especial o Supermercados BH, que aceitou ceder o espaço master e irá estampar sua marca em outro lugar da camisa”, explicou Tavares.

Outros clubes ainda negociam

A Caixa Econômica Federal gastará ao todo R$ 83 milhões para patrocinar dez clubes do futebol brasileiro. Mas, nas assinaturas oficiais dos contratos para a temporada 2016, algumas ausências significativas puderam ser notadas. No caso de Minas Gerais, o América não apareceu na lista, nem mesmo entre os clubes com negociação em andamento, como o Corinthians.

Assim sendo, tudo indica que a instituição financeira resolveu mesmo desistir do patrocínio estimado em R$ 4 milhões para o Coelho. Por meio das redes sociais, um dos presidentes do conselho administrativo do clube, Alencar da Silveira Júnior, reclamou de “falta de respeito” por parte do banco federal.

Além do decacampeão mineiro, outros clubes interessados foram excluídos: Vasco, Botafogo, Fluminense, Santos e Santa Cruz. O cruzmaltino carioca, inclusive, tem contrato vigente de R$ 15 milhões com o banco, com vencimento em fevereiro. O presidente Eurico Miranda deve ir a Brasília nos próximos dias para tratar da renovação.

O Fogão, que pretendia receber R$ 17 milhões, ainda espera uma resposta da empresa federal. “Apresentamos a nossa proposta. Nem estou sabendo disso (ausência na lista)”, declarou o presidente do alvinegro carioca, Carlos Eduardo Pereira, ao Hoje em Dia.
 

 

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