Mineiro Marcelo Melo é o primeiro brasileiro a vencer Wimbledon

Estadão Conteúdo
Hoje em Dia - Belo Horizonte
15/07/2017 às 16:06.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:35
 (AFP / Glyn KIRK)

(AFP / Glyn KIRK)

Marcelo Melo realizou neste sábado o sonho de conquistar Wimbledon. O novo número 1 do mundo e o polonês Lukasz Kubot levantaram o troféu das duplas  masculinas do mais tradicional torneio de tênis do mundo com a vitória na final sobre o austríaco Oliver Marach e o croata Mate Pavic por 3 sets a 2, com parciais de 5/7, 7/5, 7/6 (7/2), 3/6 e 13/11, em uma batalha de 4h39min. 

Com a conquista, Melo encerrou um jejum de 51 anos sem títulos do Brasil na grama de Londres. Maria Esther Bueno foi a última tenista nacional a vencer Wimbledon, em 1966, justamente na chave de duplas. Desde então, os brasileiros só brilharam nas chaves juvenis.

Trata-se do segundo título de Grand Slam de Melo, que foi campeão de Roland Garros em 2015. Em 2013, chegou à final em Londres, porém ficou com o vice-campeonato. É a segunda conquista também para Kubot, que venceu o Aberto da Austrália de 2014.

Neste sábado, os dois fizeram mais uma grande exibição, como desde o início do torneio. Kubot brilhou nas devoluções enquanto Melo mostrou força no saque. Foram 17 aces da dupla e 33 bolas vencedoras no total, contra 16 saques perfeitos e 32 bolas vencedoras dos rivais, o que comprova o equilíbrio do duelo.

Coroação

O sonhado troféu coroa a grande campanha de Melo em Wimbledon. Embalado por vitórias nos torneios preparatórios, o brasileiro e o polonês venceram quatro dos seis jogos em Londres em batalhas de cinco sets. A grande fase, desde o início do ano, garantiu a Melo o retorno ao topo do ranking já ao vencer o duelo na semifinal - foi número 1 pela primeira vez em 2015.

Com seu 27º título da carreira, e o quinto no ano, Melo confirma a aposta de mudar de parceiro no fim do ano passado. Após finalizar a dupla com o croata Ivan Dodig, com quem foi campeão em Paris, o mineiro apostou na regularidade de Kubot, que já era Top 10 e campeão no Aberto da Austrália.

A parceria precisou de seis torneios para engrenar. Eles sofreram derrotas em estreias e foram eliminados na segunda rodada do Rio Open, em fevereiro, para decepção da torcida. Melo deu declarações que sugeriam insatisfação com o novo parceiro, o que logo ele desmentiu.

Mas, a partir do Masters 1000 de Indian Wells, nos Estados Unidos, a dupla emplacou uma sequência de três finais, com dois títulos. Decepcionaram em Roland Garros, porém reagiram na grama  Venceram os dois torneios preparatórios que disputaram e chegaram em alto nível em Wimbledon. Na liderança do ranking de
duplas desde maio, confirmaram agora a condição de melhores do mundo da atualidade.

O JOGO - Melo/Kubot e Marach/Pavic fizeram um duelo de alto nível no set inicial diante do teto da quadra central aberto, sem chuva - a final de simples feminina teve cobertura fechada, mais cedo. Com bons saques, as duplas fechavam seus games com tranquilidade e as trocas de bola eram poucas. As chances de
quebra escassearam até o 11º game, quando o austríaco e o croata tiveram o primeiro break point do jogo. Eficientes, aproveitaram a chance, quebraram o saque da dupla do brasileiro e encaminharam o triunfo na primeira parcial.

Em desvantagem, Melo e Kubot cresceram em quadra no segundo set. Ligeiramente superiores na parcial, eles obtiveram a única quebra do set no 12º game. A quebra, o game e o set vieram com um lindo lob de Kubot, no fundo da quadra.  

O terceiro set foi um dos mais equilibrados do confronto. Exibindo força nos saques, as duas duplas confirmaram seus games de serviço com facilidade, sem ceder qualquer chance de quebra aos rivais. No tie-break, Melo e Kubot foram melhores e viraram o placar da partida. 

Na sequência, protagonizaram o set mais instável, com três quebras de saque. Marach e Pavic saíram na frente. Mas brasileiro e polonês logo devolveram a quebra. Os rivais, porém, voltaram a se impor no serviço da parceria do brasileiro e levaram o set, empatando novamente o jogo.

A quinta e decisiva parcial, sem tie-break, se alongou até o 24º game. O equilíbrio se sustentou no jogo apesar de eventuais vaciladas de cada dupla que geraram sete break points. Melo e Kubot tiveram chance preciosa para fechar o jogo no 12º game, com dois match points salvos pelos rivais.

Em outro momento tenso do set, a dupla do brasileiro teve 0/40, com três chances de quebra. Mas Kubot, no saque, evitou a quebra  O confronto seguiu parelho até o placar ficar em 11/11, quando a arbitragem decidiu interromper o duelo por dez minutos para fechar o teto, por falta de iluminação natural.

A retomada da partida contou com apenas dois games. Melo sacou e confirmou seu game. E, na sequência, aproveitou a vacilada dos rivais, que cederam 0/40. Brasileiro e polonês, então, desperdiçaram um match point, mas confirmaram a conquista no segundo. 

Acompanhe o último ponto

A final to remember Kubot/Melo claim a thriller, and their reactions are a sight to behold #Wimbledon pic.twitter.com/uoVeIRIqMA— Wimbledon (@Wimbledon) 15 de julho de 2017

(Aguarde mais informações)

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