Ministério Público pede que CBF pague R$ 1 mi por desmaio de jogadoras

Folhapress
05/10/2015 às 17:20.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:57

O Ministério Público do Trabalho no Piauí ajuizou nesta segunda-feira (5) uma ação civil pública que pede o pagamento de R$ 1 milhão pela CBF como indenização por ter submetido atletas a condições insalubres durante jogo  realizado em Teresina, no dia 23 de setembro. Seis jogadoras desmaiaram durante uma partida do Campeonato Brasileiro feminino entre Tiradentes, do Piauí, e Viana, do Maranhão, disputada com temperaturas acima de 40° C. As atletas entraram em campo no estádio às 15h, mas o duelo teve que ser encerrado antes dos 45min do segundo tempo.

A ação foi feita pelo procurador Edno de Carvalho, que requer a indenização por danos morais coletivos. Além disso, ele pede que a Federação Piauiense de Futebol (FPF) e a CBF não marquem partidas no Estado antes das 17h e não realizem jogos sem uma ambulância equipada e a presença de um médico no local do jogo. A multa requerida é de R$ 100 mil reais por obrigação descumprida, em relação a cada jogo realizado. O coordenador de futebol feminino da confederação, Marco Aurélio Cunha, afirmou que o Ministério Público está no direito dele, assim como a CBF também tem o direito de explicar por que marcou o jogo às 15h.

"Se for assim, não vai mais ter futebol. O Brasil é muito grande. Tem diversas especificidades. Há, por exemplo, estádios que não podem receber o jogo no fim do dia, por não terem condições de dar iluminação artificial. Mas, vamos esperar. O departamento jurídico vai cuidar disso", disse à reportagem.

Após o incidente, Cunha havia dito que, por se tratar de uma rodada classificatória, os horários de todos os jogos precisavam ser iguais. Ele afirmou ainda que "as equipes têm de estar preparadas para todos os tipos de adversidade".

Histórico

Segundo o Ministério Público do Trabalho, a ação é decorrente de um inquérito civil instaurado em 2012 para apurar denúncia sigilosa, relatando que jovens atletas de futebol, com idade entre 16 e 17 anos, estariam participando de campeonatos organizados pela FPF sem condições de saúde e segurança.

De acordo com a denúncia, os jogos eram realizados no turno da tarde, submetendo os atletas a condições insalubres, sem a presença de médicos e ambulâncias.

O órgão propôs a assinatura de Termo de Ajuste de Conduta com a FPF para que a federação adequasse os horários dos jogos e dotasse os locais das partidas de vestiários e instalações sanitárias, além de médico e maqueiro. A partida entre Tiradentes e Viana, no entanto, foi realizada às 15h.

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