Em busca do impossível, o rúgbi brasileiro tem corrido atrás das grandes seleções do mundo. Tanto a seleção masculina como a feminina já estão classificadas para os Jogos do Rio, em 2016, automaticamente como anfitriãs. A missão é conseguir chegar na Olimpíada no mesmo nível de preparação dos países que têm mais tradição e experiência na prática do esporte.
Entre os homens, rivais de peso já estão classificados como Argentina e Nova Zelândia. A briga vai ser boa. Entre as mulheres, África do Sul e França estarão pelo caminho.
Desde a confirmação da presença de ambos os times na Olimpíada, a Confederação Brasileira de Rugby tem trabalhado para que seus atletas estejam prontos para tamanho desafio. Além da preparação dentro de campo, o projeto consiste em aprimorar os jogadores e seu rendimento para que as partidas se decidam na qualidade técnica em campo, e não na preparação física do atletas.
Para que cada um dos sete atletas estejam em plena condição física e técnica, a comissão técnica da seleção tem procurado inovações que ajudem a extrair dos jogadores seu ápice. "Nova Zelândia e Austrália são potências e referências mundiais para as outras nações, como o Brasil. Existe uma distância no rendimento deles e no nosso, contudo, não é pela falta de preparo físico", explicou José Eduardo Moraes, um dos preparadores físico da seleção.
"Na avaliação física, utilizamos fotocélulas para medir velocidade, plataformas de forças e contato dos jogadores, além de um áudio, popularmente chamado de iô-iô para que os atletas façam testes de resistência", comentou o preparado físico.
Estar preparado no rúgbi é ponto fundamental até mesmo para evitar lesões dos atletas. Um dos pontos de destaque no trabalho visando a Olimpíada do Rio é a prevenção de lesões. Segundo José Eduardo Moraes, a comissão técnica tem analisado o CPK (enzima intracelular, um aumento dela significa lesão) de cada atleta. "Para o rúgbi, fizemos um estudo sobre o tema no NAR (Núcleo de Alto Rendimento). Constatamos que a CPK dos atletas chega a ser maior de quatro a seis vezes do que a de jogadores de futebol, por exemplo", afirmou.
A nutrição também tem feito a diferença para esses times, segundo Beatriz Futuro. Os jogadores da seleção têm passado por constantes exames clínicos para avaliar a quantidade de massa magra e gordura que o corpo aguenta carregar e assim aprimorar o treinamento visando atingir o ápice na disputa.
http://www.estadao.com.br